Biólogo explica sobre transmissão de doença

PRUDENTE - ANNE ABE

Data 23/01/2018
Horário 13:00

A incidência de casos de febre amarela pelo país aumentou a preocupação da população e despertou a atenção dos órgãos da saúde para um possível surto da doença. Com isso, os profissionais de proteção ao animal também estão preocupados, pois a falta de informação tem levado pessoas a matarem macacos, com medo de contaminação. Ao contrário, especialistas informam que estes animais também podem morrer devido à doença e ainda colaboram a realizar uma barreira de contenção.

Com isso, o biólogo André Gonçalves Vieira aponta que a região de Presidente Prudente preocupa, pois possui pontos isolados de mata e corredores com a presença de macacos, como a Cidade da Criança, Fazenda Pagadora e Córrego do Cedro. Contudo, afirma não haver circulação do vírus. Ele esclarece que a doença possui dois ciclos: silvestre e urbano. No primeiro, animais e humanos são os hospedeiros do vírus, transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, que vivem nas matas. Já o urbano acomete, na maioria, as pessoas, e seu transmissor é o mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue, chikungunya e zika vírus, porém não existem relatos da contaminação de humanos no país desde 1942.

A partir disso, o profissional aponta que os macacos são bioindicadores, ou seja, podem indicar a presença do vírus em determinada região, ao encontrar algum desses animais mortos nas proximidades ou dentro de áreas de mata. Dessa forma, cria-se uma barreira de transmissão através de campanha de vacinação para pessoas, antes que ocorram casos humanos da doença. Ele orienta que, caso encontrem algum macaco morto, é preciso comunicar os órgãos locais: Secretaria de Saúde, Vigilância Epidemiológica, Centro de Zoonose e ou Secretaria de Meio Ambiente, para que possam realizar o recolhimento do animal e investigar a causa do óbito.

“Não tem como vacinar os macacos que vivem em áreas de mata, contrariamente ao que ocorre com os humanos, que podem se vacinar. É mais preventivo, porque se o macaco vir a óbito naturalmente, as pessoas podem ficar com medo. Nesses casos, não é preciso coletar o animal, apenas marcar o ponto e avisar os órgãos”, complementa.

 

Prevenção

Aqueles que vivem em áreas rurais ou planejam viajar para alguma área verde, considerada de risco, André indica que tomem a vacina. O remédio é recomendado a partir dos nove meses de vida e está disponível em 28 salas de vacinação do município. Nos locais é disponibilizada a dose fracionada, válida por oito anos, segundo o biólogo, como forma de otimizar a produção da mesma, ou seja, conseguir atender a demanda e fazer com que toda a população seja imunizada. “A vacina inteira vale para a vida toda, mas para que todos consigam se imunizar, houve divisão. As pessoas também precisam se conscientizar sobre a renovação. O efeito vai ser o mesmo, a diferença é a duração”.

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