Boxistas pedem retirada de mendigos do camelódromo

De acordo com a responsável pela SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), Regina Helena Penati Cardoso Ferreira, há um trabalho de abordagem, de funcionários da pasta, com as pessoas em situação de rua em Prudente.

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 14/07/2015
Horário 07:47
 

"Uma situação insustentável". Assim afirmam os comerciantes do camelódromo de Presidente Prudente quanto à presença de moradores de rua na localidade. Segundo os boxistas, os andarilhos têm causado vários problemas, impactando diretamente nas vendas do local. Os proprietários informam que já procuram a prefeitura e a Polícia Militar, apontando a problemática e pedindo uma solução, pois, para eles, não há mais condições de permanecer da forma que está.

Os boxistas dizem que a presença dos mendigos na Praça da Bandeira é diária e que aumentou depois que a área abaixo do pontilhão da Vila Marcondes – que fica de frente à Praça da Igreja Nossa Senhora Aparecida – foi cercada e, desta forma, os moradores de rua que permaneciam na localidade "migraram" para as imediações do camelódromo.

Sobre os problemas, os comerciantes dizem que são constantes e envolvem "desde o incômodo e constrangimento enfrentados pelos clientes, quanto ao pedido de dinheiro por parte dos andarilhos, o mau cheiro e a sujeira que eles deixam no lugar, bem como a segurança de todos, visto que há constantes brigas entre os pedintes devido ao uso de bebidas alcoólicas".

Jornal O Imparcial Mendigos permanecem na Praça da Bandeira, em PP, e incomodan boxistas do camelódromo

De acordo com a responsável pela SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), Regina Helena Penati Cardoso Ferreira, há um trabalho de abordagem, de funcionários da pasta, com as pessoas em situação de rua em Prudente. Ela explica que as autoridades não podem obrigar a pessoa a deixar a situação, o local e forçá-la a ingressar nos programas assistenciais mantidos na cidade, pois a decisão tem que ser do próprio cidadão.

A secretária pontua que o município conta com dois serviços voltados a este público: o Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) POP, que é especializado em atendimento dos moradores de rua, e o serviço de acolhimento (antiga Casa de Passagem), para suporte, apoio e atendimento.

 

"Não colaborar"

Penati explica que as pessoas em situação de rua procuram lugares com grande fluxo de pessoas para pedir dinheiro. Neste caso, ela esclarece que é essencial que a população não dê esmola, pois isso favorece a permanência dos moradores de rua na localidade. 

O ideal, segundo a titular da pasta, é que os munícipes entrem em contato com a prefeitura, para que o órgão encaminhe um profissional para abordar estas pessoas, conversar, orientar e apontar os programas da cidade.

 

PM

A Polícia Militar informa que policiais da 1ª e 5ª Companhias do 18º BPM/I (Batalhão de Polícia Militar do Interior) realizam, rotineiramente, operações conjuntas com a Secretaria de Assistência Social, Secretaria Municipal de Saúde e Caps - AD (Centro de Atendimento Psicossocial - Álcool e Drogas), com apoio logístico da Sosp (Secretaria de Obras de Serviço Público).

O objetivo, segundo o órgão, é inspecionar os logradouros e praças que servem de moradia para os mendigos e moradores de rua na cidade, cadastrá-los e fornecer-lhes o atendimento adequado. Esclarece que ações semelhantes já foram realizadas nas praças Nove de Julho, dos Pioneiros, das Bandeiras, Rua João Manoel Gomes, Vila Verinha e Rua Borba Gato.

 

Orientação

Assim como a secretária da SAS, a PM orienta as pessoas a não dar esmolas, pois isso pode fomentar o consumo de drogas ilícitas e também de substâncias alcoólicas; orienta que, ao caminhar nas ruas, tenham cuidado com bolsas, carteiras, celulares e outros objetos de valor; caso se sintam ameaçadas ou coagidas a dar esmolas, acionem imediatamente a Polícia Militar pelo telefone 190, passando as características físicas, as vestes do agressor, o rumo tomado e se estava armado. Pois, nestes casos, o órgão de segurança pontua que a ação poderá caracterizar crimes como o constrangimento ilegal, roubo ou extorsão.

Por fim, o batalhão lembra que existem inúmeras entidades assistenciais que cuidam das pessoas necessitadas.

 

 

Dificuldades

Enquanto a presença dos moradores de rua é constante, os comerciantes dizem que as dificuldades só têm aumentado. Para as boxistas Cleide Ferreira, 55, e Genilda Faria dos Santos, 60, "algo deve ser feito imediatamente". Elas esclarecem que não querem "expulsar os moradores de rua", mas que as autoridades devem encaminhá-los para um local correto.

O comerciante Marildo Alberto Hogera, 52, afirma que o mau cheiro causado pelas fezes e urina dos mendigos é um dos problemas enfrentados, além das abordagens que fazem aos clientes. "Tem prejudicado as nossas vendas", lamenta.

Já a proprietária de um dos boxes do camelódromo, Renata Figueiredo, 35, aponta a segurança do lugar que ficou comprometida com a presença dos mendigos. "Está bem complicado", considera.

 

SERVIÇO

TELEFONES

Em caso de moradores de rua, a população pode entrar em contato com os dois serviços mantidos pela prefeitura pelos telefones 3223-8273 (Creas POP) e 3223-6252 (Serviço de Acolhimento).
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