Cães e gatos também podem ter diabetes

Especialista em endocrinologia e metabologia veterinária explica como doença se manifesta e como alimentação pode ser grande aliada na prevenção e tratamento

REGIÃO - Cassia Motta

Data 28/09/2025
Horário 08:10
Foto: Freepik
Em gatos, mudanças de estilo de vida e dieta adequada podem levar à remissão da doença
Em gatos, mudanças de estilo de vida e dieta adequada podem levar à remissão da doença

O diabetes não ocorre apenas em humanos: cães e gatos também podem desenvolver essa condição. O diabetes mellitus é uma condição endocrinológica silenciosa, mas progressiva, que afeta cães e gatos. “Ela ocorre quando o organismo do animal não consegue produzir insulina suficiente [hormônio que regula a absorção da glicose], ou quando há resistência à insulina, resultando em níveis elevados de glicose no sangue. Sem tratamento, pode trazer consequências sérias, como catarata, infecções recorrentes, perda de massa muscular e até crises de hiperglicemia e convulsão, podendo levar ao óbito”, explica a médica veterinária Silvia Felippe Bueno, especializada em endocrinologia e metabologia veterinária, que atua em Presidente Prudente e em São José do Rio Preto (SP).

Segundo a médica veterinária, os principais sinais de alerta são aumento na ingestão de água, urina em maior volume, perda de peso mesmo com apetite preservado (ou até aumentado), pelagem opaca, fraqueza e infecções urinárias frequentes. E em gatos, dificuldade em pular, ou caminhar com as patas traseiras abaixadas. “Quanto mais cedo for diagnosticado, maiores as chances de controlar bem a doença e preservar a qualidade de vida do pet”, aponta.

Raças mais suscetíveis

Silvia explica que algumas raças têm predisposição genética para desenvolver diabetes. Entre os cães, poodle, dachshund (salsicha), schnauzer e beagle estão entre os mais afetados. Já entre os gatos, os machos castrados com sobrepeso têm maior risco. “Mas é importante lembrar que qualquer pet pode desenvolver a doença, por isso o acompanhamento veterinário deve ser para todos”, destaca.

Diagnóstico e tratamento

De acordo com a especialista, o diagnóstico é feito por meio de exames de sangue e urina, que detectam níveis elevados de glicose. Ela explica que, em gatos, o estresse pode elevar temporariamente a glicemia, por isso é importante interpretar os exames com cautela. “Uma vez diagnosticado, o tratamento envolve principalmente a aplicação de insulina diária, dieta adequada, controle de peso e acompanhamento veterinário constante. Em alguns gatos, mudanças de estilo de vida e dieta adequada podem levar à remissão da doença”, esclarece.

Alimentação equilibrada

A alimentação equilibrada é uma grande aliada tanto na prevenção quanto no tratamento e controle do diabetes. Segundo a especialista, a obesidade é um fator de risco importante, especialmente nos gatos. Dietas ricas em carboidratos de rápida absorção favorecem picos de glicose no sangue, enquanto alimentos com fibras e proteínas de boa qualidade ajudam a manter a glicemia mais estável. Oferecer alimento balanceado, na quantidade certa, evitar petiscos e manter o pet ativo ajudam na prevenção da doença.

A médica ressalta que animais diabéticos podem ter uma vida longa, feliz e ativa quando bem-cuidados. “A chave está na rotina: insulina na dose certa, alimentação adequada, controle de peso, monitoramento periódico e, acima de tudo, tutores comprometidos”, pontua.

Foto: Cedida - Silvia diz que diagnóstico é feito por meio de exames de sangue e de urina

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