Câncer de mama também atinge cães e gatos

Hospital Veterinário São Manoel, de Prudente, realizou encontro de mulheres associadas ao grupo de apoio Amigas do Peito e de pets que enfrentaram e venceram a doença

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 03/10/2021
Horário 13:25
Foto: Weverson Nascimento
Encontro reuniu apoiadoras do grupo Amigas do Peito e pets que enfrentaram a doença
Encontro reuniu apoiadoras do grupo Amigas do Peito e pets que enfrentaram a doença

Outubro Rosa é um evento já consolidado entre os brasileiros. Mas o câncer de mama não é exclusividade dos humanos. Os pets (cães e gatos) também podem ser acometidos por esta doença, que precisa de diagnóstico precoce, para que se encontre a cura. Pensando nisso, o Hospital Veterinário São Manoel de Presidente Prudente realizou ontem, às 9h, um encontro de mulheres associadas ao grupo de apoio Amigas do Peito e de pets que enfrentaram e venceram a doença, sendo hoje exemplos de coragem, força e determinação. 
O médico veterinário e diretor do hospital, Emerson Ribas, explica que a segunda edição do encontro tem o intuito de conscientizar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, uma doença que também afeta os pets. “Hoje, buscamos reunir os animais que passaram pela doença e conseguiram vencer, junto às mulheres que estão passando ou já passaram pelo tratamento do câncer”, explica o médico veterinário.  
A presidente do Grupo de Apoio Amigas do Peito, Cássia Sperini, por sua vez, explica que a participação da associação no encontro tem o objetivo de atingir cada vez mais pessoas e reforçar, consequentemente, a campanha de conscientização sobre a prevenção do câncer de mama. “Nosso objetivo é atingir cada vez mais pessoas com a nossa campanha e melhorar a qualidade de vida das mulheres diagnosticadas com câncer”, enfatiza.

Câncer nos pets

O diretor do Hospital Veterinário São Manoel pontua que, atualmente, muitas pessoas têm o conceito de que o câncer não tem cura. Porém, esclarece que, quanto mais precoce a doença for diagnosticada, maior será a chance de cura. Para isso, chama atenção para que, assim como as mulheres fazem o autoexame na hora do banho, ela e outros tutores também podem fazer nos animais durante um gesto de carinho. 
Em busca de saúde e bem-estar dos pets, Emerson recomenda tocar a região das mamas dos animais para verificar se existem pequenos nódulos, vermelhidão, secreção ou inchaço. Uma vez que encontrar qualquer tipo de anomalia, reforça a necessidade de procurar imediatamente um médico veterinário para que se inicie a busca para saber qual o tipo de doença – se é câncer maligno ou benigno. Deste ponto de vista, é relevante mencionar, segundo o médico, que não são somente as fêmeas que têm ou podem desenvolver câncer de mama, mas os machos também. “Isso é mais raro de acontecer, porém, quando acontece, é mais agressivo do que na fêmea. Por isso, é importante avaliar não somente a gata ou a cachorra, mas o gato e o cachorro também”, explica o médico. 
Atualmente, segundo o diretor, o câncer de mama “das” neoplasias é o que mais acomete os pets, principalmente as fêmeas. Contudo, nos machos a maior incidência é o câncer de testículo e/ou próstata. Emerson também reforça que não há um grupo de risco favorável à doença, entretanto, cadelas de meia idade em diante geralmente são mais acometidas pela doença. 
Ele também detalha que estudos científicos mostram que cadelas castradas antes de entrarem no primeiro cio, a probabilidade de terem câncer de mama será de 0,05%. “Nós sabemos que o câncer de mama é um hormônio-dependente, ou seja, são hormônios produzidos de forma desordenada no organismo é o que estimulam o crescimento das células neoplasmas”, explica. “Os métodos contraceptivos são à base de hormônios e esses medicamentos são cancerígenos. Então, nós não indicamos que seja aplicado anticoncepcional, pois a probabilidade de um animal que faz o uso deste medicamente ter câncer de mama é muito alta”, acrescenta. 
Uma vez diagnosticado o câncer de mama em pet, o primeiro tratamento será cirúrgico, ou seja, a remoção da mama com os linfonodos. Posterior à cirurgia, vem a fase de tratamento com quimioterapia, explica Emerson.

Superação da Sophia

A estudante Ariane Saito Lopes Yunes, tutora da Sophia, destaca que sua pet passou por um quadro clínico de baixa imunidade, perda de peso e pelagem. “A única coisa que foi restando, que foi a mais invasiva, foi a pulsão medular. Chagamos a fazer duas pulsões e nas duas deram leucemia”, relembra. 
Para compreender o caso de Sophia, Ariane chegou ir a São Paulo, capital, por recomendação do médico Emerson Ribas, para avaliação com uma médica endocrinologista veterinária. Após mais alguns exames, os profissionais concluíram o caso de Sophia como diagnóstico de hipoadrenocorticismo, doença que afeta a glândula drenal e não tão comum em cães. “Ela deixou de produzir vários hormônios. Então, hoje ela toma medicamentos que ajudam na produção dos hormônios que ela naturalmente não produz”, enfatiza a tutora ao dizer que, mesmo com a medicação constante, Sophia está bem.

Fotos: Weverson Nascimento 

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Emerson: “Quanto mais precoce a doença for diagnosticada, maior será a chance de cura”

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Cassia reforçou a importância da campanha conscientização sobre a prevenção do câncer de mama

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Cão Sophia foi diagnosticada com hipoadrenocorticismo

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