Cesp eleva vazão da usina hidrelétrica de Porto Primavera para 3,5 mil m³/s

Índice foi estabilizado em 2,9 mil m³/s em 26 de junho devido à escassez hídrica, mas vem sendo aumentado desde sábado

REGIÃO - DA REDAÇÃO

Data 23/08/2021
Horário 14:05
Foto: Arquivo
Companhia aumentou vazão defluente da Usina Hidrelétrica Porto Primavera, em Rosana
Companhia aumentou vazão defluente da Usina Hidrelétrica Porto Primavera, em Rosana

A Cesp (Companhia Energética de São Paulo) informou que, em atendimento à nova determinação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a vazão defluente da UHE (Usina Hidrelétrica) Porto Primavera, em Rosana, que foi estabilizada em 2.900 m³/s (metros cúbicos por segundo) em 26 de junho, conforme diretriz emitida pela CREG (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética), foi aumentada no sábado para até 3.200 m³/s, e nesta segunda-feira para até 3.500 m³/s.

Com esse novo cenário, de aumento na vazão defluente, a expectativa é que o nível do curso do rio à jusante da UHE Porto Primavera (medido na régua instalada logo abaixo da usina) aumentasse em até 18 cm no sábado e até 17 cm adicionais hoje.

"A companhia reforça o seu compromisso com a sociedade, trabalhando pautada no desenvolvimento sustentável e na preservação da biodiversidade nas regiões em que mantém operações. A Cesp reitera a importância de suas premissas socioambientais e assegura cumprir rigorosamente as leis vigentes", afirma a empresa.

Escassez hídrica

Testes de flexibilização da vazão estavam sendo realizados em consequência da maior crise hídrica dos últimos 91 anos. Diante da falta de chuva dos últimos meses e a preocupante situação nas principais bacias hidrográficas do país, o governo federal determinou uma série de medidas mitigatórias para enfrentamento da escassez hídrica vivenciada e seus impactos diversos.

Os testes na UHE Porto Primavera previam a redução da vazão defluente como forma de preservar o estoque de água das usinas com reservatórios de acumulação localizadas à montante e, assim, passar o período seco mantendo a governabilidade da cascata.

Todo o processo, segundo a companhia, estava sendo conduzido de forma controlada e monitorada constantemente, com envio diário de relatos para os órgãos ambientais e regulatórios, seguindo plano de trabalho devidamente aprovado e acompanhado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Com a realização da operação, o nível de água no curso do Rio Paraná diminuiu cerca de 45 cm, de acordo com régua de medição instalada abaixo da usina de Porto Primavera.

Cuidado com a ictiofauna

Desde o início dos testes, a Cesp realizava – por meio de equipes multidisciplinares com mais de 70 profissionais com ampla experiência na área de ecologia de água doce – atividades de avaliação, rastreio e, quando necessário, resgate e transposição de peixes para áreas seguras. Nas dependências do Parque Estadual Várzeas do Rio Ivinhema, o monitoramento estava sendo realizado em parceria com a Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).

Todo o trecho que vai do barramento da usina, em Rosana, até a confluência do rio Paraná com o Rio Ivinhema (MS) foi monitorado, nas proximidades do município de Querência (PR).

Pesca predatória

Foram identificados diversos trechos onde estava sendo realizada pesca predatória, com o uso de petrechos de pesca com alto poder de captura, como redes de pesca, tarrafas e arpão. A situação estava sendo acompanhada pela Polícia Ambiental dos três Estados com área de influência na região: São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Publicidade

Veja também