E não é que até o chapéu serve como metáfora? Ou figura de linguagem, se é que linguagem tem figura. Acho que a expressão linguagem figurada soa melhor. O professor Pasquale pode explicar melhor, pois conhece como ninguém o nosso complicado idioma.
Mas do que é que eu falava mesmo? Ah, já me lembrei: este aristocrata, charmoso e sofisticado cronista falava do uso do chapéu como metáfora. Sou do tempo em que quando alguém dizia que morava longe logo aparecia um gaiato e emendava: "Ele mora lá na casa do chapéu". Quer dizer: mora bem distante, lá onde o Judas perdeu as botas e outros calçados.
Aliás, casa do chapéu dá a impressão de que a residência foi construída com chapéus em vez de tijolos ou madeira, diria o sujeito distraído. E para quem você tira o chapéu? Mais uma vez o chapéu usado como figura de linguagem.
Nos tempos atuais, em que o mundo está do jeito que Deus não gosta, não sei para quem eu tiraria o chapéu. Talvez para o seu Chico, o nosso querido papa Francisco. O resto é de lascar. Entre as pessoas públicas, bem entendido, principalmente da política.
E a gíria - ou metáfora - passar o chapéu? Tem um monte de significados, como, por exemplo, calote, vaquinha e, claro, doação e ajuda. Até países pobres passam o chapéu para conseguir alguns caraminguás dos países ricos ou de instituições financeiras internacionais.
Pois é, passar o chapéu é uma expressão antiga, mas O Espadachim observou que também se passa o boné. Sim, verdade verdadeira e não mentira mentira. Com estes olhos protegidos por Santa Luzia, outro dia vi um morador de rua pedindo esmola (está bem: prefira ajuda você aí) e um detalhe me chamou a atenção.
O morador de rua, eufemismo que substituiu o termo mendigo, estava na rodoviária de Prudente e tocava os passageiros com um boné. Mesmo sem falar nada ele pedia um dinheirinho, nota ou moeda aos passageiros que esperavam os ônibus. Parecia mudo. Pelo menos naquele momento não disse qualquer palavra.
Algumas pessoas colaboraram com o homem que passava o boné. Aliás, tanto faz ser chapéu ou boné. O importante é que "pingue" alguma moedinha no chapéu ou boné do pedinte, pois a maioria está sem nenhum, como dizia o sambista e compositor Elto Medeiros (Elto, segundo o próprio).
DROPS
Tamanduá que não anda não come formiga.
As formigas não têm formigamento.
Feriado que cai no domingo é igual olho verde em gente feia. Não adianta nada.
O Pão de Açúcar deve gosto de terra.
(Barão de Itararé, humorista)
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