Com medalhistas paralímpicos, evento discute acessibilidade

ESPORTE E INCLUSÃO Gustavo Henrique Araújo e Jerusa Geber dos Santos participaram ontem da abertura de seminário no Sesc

Esportes - BRUNO SAIA

Data 20/10/2016
Horário 14:22
 

"A gente tem que se adaptar ao mundo, enquanto o mundo não se adapta à gente". A afirmação é do atleta Gustavo Henrique Araújo, que conquistou a medalha de ouro Jogos Paralímpicos do Rio 2016 e esteve na noite de ontem, no Sesc Thermas de Presidente Prudente, participando da abertura da quarta edição do Seminário de Esportes Inclusivos, Participativos e de Lazer.

"Eu treino na pista da Unesp desde 2012, conheço ela como a palma da minha mão e poderia correr nela de olhos fechados, mas o difícil é se virar no mundo", relata Gustavo, destacando dificuldades enfrentadas no cotidiano, como visualizar um cardápio com letras pequenas ou mesmo lidar com os buracos na rua. "Somos heróis paraolímpicos, pois estávamos ali para nos superar na competição e também a nossa deficiência", ressalta o corredor, lembrando que a discussão em Prudente é um dos legados deixados pela Paralimpíada realizada no país.

Jornal O Imparcial Gustavo Henrique Araújo ficou com o ouro no revezamento 4x100 metros, no Rio de Janeiro

Além dele, a atleta Jerusa Geber dos Santos, bronze nos 200 metros rasos em Pequim-2008 e prata nos 100m e 200m em Londres-2012, também participou do bate-papo sobre esporte e inclusão, que foi realizado na Área de Convivência do Sesc e mediado pelo jornalista prudentino Ronaldo Nascimento.

"Vamos compartilhar nossa opinião sobre inclusão, pois falam muito sobre acessibilidade, mas a questão é: ela realmente existe?", questiona Gustavo. "Também vamos contar um pouco sobre como foi a participação nossa nos jogos", completa.

O seminário segue até sábado, com palestras, minicursos e apresentações esportivas para profissionais e estudantes, visando fornecer subsídios práticos e teóricos para atuação junto às pessoas com deficiência, abordando o esporte adaptado como ferramenta de inclusão.

 

Medalha, recorde e aniversário

O dia 13 de setembro de 2016 vai ficar marcado para sempre na lembrança de Gustavo e também do esporte brasileiro. No Estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, ele integrou a equipe do revezamento 4x100 metros, da classe T11-T13 (deficientes visuais), formada também por Diogo Silva, Daniel Silva e Felipe Gomes e conquistou a décima medalha de ouro do Brasil na Paralimpíada, garantiu o novo recorde, com o tempo de 42s37 e ainda comemorou seu aniversário de 24 anos. "Os jogos foram muito importantes para mudar a imagem do esporte paralímpico", relata.

 
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