Comunicação não violenta: primeiro passo contra a intolerância

EDITORIAL -

Data 10/04/2025
Horário 04:15

Em um tempo marcado por polarizações, discursos inflamados e tensões constantes nos espaços públicos e privados, a comunicação não violenta emerge como uma ferramenta poderosa – e necessária – para reconstruirmos as pontes que a intolerância insiste em destruir. Desta forma, eventos que abordam o assunto, como o workshop a ser realizado na noite desta quinta-feira, na Câmara Municipal de Presidente Prudente, são de extrema importância, ao nos levar à reflexão sobre a importância da urbanidade e respeito ao próximo.
Mais do que um conceito teórico, a comunicação não violenta é uma prática cotidiana que exige empatia, escuta ativa e disposição genuína para compreender o outro. Ela nos convida a sair do automatismo das reações agressivas e entrar no terreno do diálogo construtivo, onde sentimentos e necessidades podem ser expressos sem ferir, julgar ou silenciar.
Vivemos um momento histórico em que a cultura de paz não pode mais ser tratada como um ideal utópico ou distante. É urgente que ela se torne parte integrante de nossas políticas públicas, nossas escolas, nossas casas e, sobretudo, de nossas relações. Paz não é apenas a ausência de guerra — é a presença de justiça, respeito e inclusão. É o exercício diário de reconhecer a dignidade do outro, mesmo quando pensamos diferente.
A construção de um mundo mais justo passa, inevitavelmente, pela forma como nos comunicamos. Linguagem é poder. E quando esse poder é usado com responsabilidade, ele transforma. Ele educa. Ele cura. Não se trata de "falar bonito", mas de falar com consciência. De olhar para o próximo não como um adversário a ser vencido, mas como um ser humano com dores, sonhos e histórias. 
Fomentar a cultura de paz é também promover conexões humanas reais. Em uma era digital onde o tempo todo estamos "conectados", paradoxalmente, sentimos falta de vínculos autênticos. Precisamos reaprender a nos relacionar de maneira afetiva, respeitosa e honesta — com os outros e conosco.
Cada vez mais, vemos esses temas ganharem espaço nos debates públicos, nas salas de aula, nas empresas e nos lares. Isso é sinal de que algo está mudando. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas reconhecer a necessidade dessa transformação já é um passo corajoso.
O mundo que queremos — mais justo, mais empático, mais humano — começa na maneira como nos tratamos. Que nossas palavras possam ser pontes, não muros. E que o respeito ao próximo deixe de ser exceção para se tornar regra. Porque só assim, com diálogo e compreensão, seremos capazes de construir uma sociedade verdadeiramente em paz.
 

Publicidade

Veja também