Confeiteiras falam sobre preços “salgados” de ingredientes

Valor de produtos base para seus bolos e doces, como do leite, margarina, gordura vegetal, leite condensado, creme de leite e chantilly, não têm deixado o paladar nada agradável

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 02/08/2022
Horário 04:33
Foto: Cedida
Ana Paula prefere manter os produtos de qualidade a arriscar “o barato que sai caro”
Ana Paula prefere manter os produtos de qualidade a arriscar “o barato que sai caro”

Muitas são as mulheres que dividem os cuidados diários de suas casas com a dedicação à confeitaria, que, além de gerar renda principal ou extra é um trabalho gratificante e prazeroso. Contudo, nos últimos tempos, a preocupação com os preços altíssimos de ingredientes para produção de seus bolos e doces, como do leite, margarina, gordura vegetal, leite condensado, creme de leite e chantilly, não têm deixado o paladar nada agradável.
No ramo da confeitaria há mais de sete anos, Vanessa Caputo, 36 anos, que trabalha em sua casa, em Presidente Prudente, destaca que, com a alta dos produtos que não pode ficar sem e são essenciais para a confeiteira, teve que reajustar os preços e repassar para os seus clientes, pois, do contrário, ao invés de obter lucro acabaria pagando para trabalhar.
“Para tentar driblar a situação e ficar bom para mim e meu cliente, procuro também oferecer opções de recheios mais em conta e que são igualmente muito bons, com a mesma qualidade. Outra coisa que aumentou demais foi o preço das embalagens. Era algo que eu sempre comprava picado, e acabava saindo mais caro. Agora, procuro comprar com fornecedores em maior quantidade para ficar mais em conta”, expõe Vanessa, que começou na confeitaria fazendo bolos para a família e amigos e foi se aprimorando em cursos presenciais e online.

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Vanessa oferece opções de recheios mais em conta aos clientes

Produto final mais caro

Bruna Oliveira Bitencourt, 33 anos, mãe de três filhos, Henry Hiago, 10 anos, Melina, 2, e Mayla, 1 aninho, é uma dessas profissionais que tem o dom de adoçar o dia das pessoas com suas “Delícias da Mamãe”. Segundo ela, infelizmente, não há alternativa a não ser repassar a alta no produto final que chega até os seus clientes. 
“Conforme aumentam os preços dos produtos que eu uso nos doces, preciso subir o valor. Mas, quem conhece o meu produto não tem reclamado, afinal, todos estão sentindo que tudo está absurdamente mais caro. Tudo”, expõe a confeiteira Bruna, que não está há tanto tempo no ramo, mas não se vê trabalhando com outra área que não seja fazendo seus doces.
“Eu já trabalhei em tanta coisa, mas nunca me senti tão realizada, completa, feliz. E olha que descobri isso há pouco tempo. Comecei com a cara e a coragem. Minha mãe me ajudou muito. E hoje, graças a Deus, está dando muito certo. É o meu ponto de paz!”, exclama a empreendedora.

Altas sucessivas

Para Ana Paula Pereira da Silva, que tem o seu “Pedacinho do Céu”, e as delícias dele compartilha com sua clientela, não está sendo fácil essa fase. “Na verdade já tinha começado com a alta do óleo, que está agora na faixa de R$ 9, mas já chegou R$ 12. Enquanto só esse produto estava mais caro, eu sustentei o mesmo valor no cardápio. Mas, agora, com o aumento do leite, leite condensado e do creme de leite ficou impossível”, lamenta a confeiteira, acrescentando que se não repassar o reajuste, fica no prejuízo.
Outra coisa que também aumentou muito, segundo Ana Paula, por conta do leite, foi o chantilly, que antes ela pagava R$ 11 na caixa de 1 litro e agora está R$ 19.
“Mas, prefiro continuar com os produtos de qualidade que estou acostumada a trabalhar e oferecer aos meus clientes, a usar um daqueles produtos em ‘que o barato sai caro’. E aos novos que chegarem, que gostem e eu possa ganhar a confiança deles”, salienta Ana Paula, lembrando que até maio as vendas estavam “ótimas”, mas neste último mês deu uma diminuída na procura e agora está mais fraco.

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