Consumo: pandemia acelera busca por produtos sustentáveis 

OPINIÃO - Maria Constantino

Data 09/04/2022
Horário 04:30

A pandemia nos fez olhar para o bairro, para cidade e para nosso país. Talvez ainda de forma tímida, mas aumentou muito o apoio ao comércio local, o interesse por quem faz aquele produto, quem vende... Foi preciso apoiar vizinhos, amigos e o primo do colega de trabalho. Tantas mudanças também fizeram com que repensássemos nossa forma de consumo. 
Afinal, o consumidor está cada vez mais consciente do seu poder de compra e de consumo. Ele já entendeu que pode, sim, exigir que as marcas sejam transparentes e que há canais para denunciar e exigir por mais qualidade e informações. O consumidor hoje também entendeu o seu papel no planeta.
Uma das tendências que foi acelerada com a pandemia foi a sustentabilidade, em todos os âmbitos. No sentido profissional, tivemos um cenário incrível, no qual o mercado financeiro abraçou a causa e, no começo de 2020, diversos investidores se posicionaram cobrando as empresas para terem um relatório de ESG (Environmental, Social and Governance). As médias e pequenas empresas podem achar que a medida não as afeta diretamente... Mas, se parar para analisar como funciona a cadeia de consumo, irá concluir que grandes empresas e multinacionais já estão se posicionando junto aos seus fornecedores (aí que entra as médias e pequenas empresas), para que se adequem a essas especificações. É neste momento que o mercado começa a se movimentar em todas as esferas produtivas.
A maior lição que fica para as empresas é que realmente a sustentabilidade empresarial não tem mais volta. Ou você já nasce como um negócio sustentável, ou você corre para se adequar ou, por fim, está fora do mercado. 
Os consumidores, por sua vez, estão cada vez mais críticos, resultado da conscientização ambiental. Sendo assim, tem se tornado cada vez mais comum a busca por produtos que não agridem o meio ambiente, que não sejam testados em animais, produzidos a partir de material reciclado, que não envolvam trabalho escravo, dentre outros requisitos.
Ao adotar uma postura comprometida com a sociedade, se percebe também uma mudança de comportamento dos clientes, deixando de ser apenas consumidores do produto ou serviço para se tornarem “advogados da marca”.
E, durante a pandemia, as marcas enxergaram essas necessidades. Tiveram que se adequar e unir forças com colaboradores, além de se reinventarem para não falir e, principalmente, se conectarem com o estilo de vida de seus consumidores, passando a dar dicas, além de estabelecer uma relação mais transparente e humanizada com cada consumidor. 
 

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