Contaminadas, águas do Balneário da Amizade continuam interditadas

Secretário de Meio Ambiente afirma que local tem pontos de contaminação, requer limpeza de margens e equipes de manutenção

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 01/06/2018
Horário 07:49
Arquivo - Suspensão se deu no dia 10 de janeiro, quando o acesso de banhistas na área foi proibido
Arquivo - Suspensão se deu no dia 10 de janeiro, quando o acesso de banhistas na área foi proibido

As águas do Balneário da Amizade, em Presidente Prudente, estão interditadas há mais de quatro meses e, conforme a Prefeitura, devem seguir nesta situação por um bom período e sem prazo determinado para que os banhistas voltem a usufruir do local. Isso porque, de acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Wilson Portella Rodrigues, o último laudo emitido pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) apresentou pontos de contaminação, bem como irregularidades no acesso, o que deve gerar futuramente um mutirão de limpeza e nova análise que comprove a balneabilidade do espaço. Os demais serviços presentes no local, como quiosques e quadras esportivas, seguem em normal funcionamento.

A suspensão temporária, conforme noticiado por este diário, se deu no dia 10 de janeiro, quando o acesso de banhistas no Balneário da Amizade foi proibido, após o rompimento de uma tubulação de esgoto localizada nas proximidades do parque. Na época, a Prefeitura alegou que, mesmo com o reparo realizado no mesmo dia por parte da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), o local permaneceria fechado pela quantidade de entulhos levados pelas chuvas, que foram a razão do rompimento da tubulação.  

Já em fevereiro, conforme informou a Cetesb na época, a Prefeitura apresentou um comprovante de pagamento de um pedido de coleta das águas, documento que faltava até então para a análise da balneabilidade do local. A companhia, no entanto, havia informado que o laboratório responsável pela análise, em Marília (SP), não dispunha de datas para novos serviços, o que poderia tardar os relatórios.

Na última semana, o técnico ambiental da Cetesb, Luis Carlos Cardoso, informou que os resultados obtidos com a análise foram entregues à Prefeitura, possivelmente, no fim do mês de março, mas lembrou que a interdição não é determinada pela companhia, mas sim uma iniciativa da administração. “Apenas encaminhados a análise”.

O secretário de Meio Ambiente confirma a decisão de manter as águas interditadas aos banhistas com base no relatório recebido, lembra que o local precisa de cuidados com “caráter especial de atendimento”, e informa que foram encontrados pontos de contaminação, além de expor a necessidade de limpeza do local. “Precisamos retirar plantas e ilhas que estão nas margens do balneário e também ver equipes para a manutenção do espaço. Faremos um mutirão de limpeza assim que possível, bem como solicitaremos, após a ação, um novo laudo”, informa. Wilson expõe ainda que prefere oferecer um serviço com “100% de segurança” aos usuários, do que simplesmente adiantar uma liberação das águas. Ao encerrar a conversa, diz que a Sabesp deve ser oficializada sobre a situação.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, por sua vez, lembra não responder por laudos de balneabilidade no Balneário da Amizade, o que é de competência da Cetesb, além de informar que a captação de água pela Sabesp na represa é eventual, diante de necessidades específicas. “Quando isso ocorre, a água segue para tratamento, respeitando os rígidos padrões de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde”, finaliza.

 

SAIBA MAIS

Conforme noticiado por este diário, em 2013 foi aberta uma licitação para as obras no Balneário da Amizade, que duraram quase um ano e meio e foram inauguradas em abril de 2015. Na época, 12 empresas demonstraram interesse, mas teve como vencedora do certame a Prudensan Engenharia e Comércio, que iniciou os trabalhos em outubro de 2013. O investimento divulgado pela municipalidade na época era de aproximadamente R$ 5 milhões. Tudo isso, porque há quase 30 anos, o local deixou de ser frequentado por banhistas por causa do despejo irregular de esgotos clandestinos, o que deixou a água imprópria ao uso, conforme informou na época o secretário municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação, Laércio Batista de Alcântara.

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