Contratação de estagiários se mantém estável

Entidades que inserem aprendizes e estudantes no mercado avaliam oportunidades ofertadas em 2016 e esperam melhoras para 2017

PRUDENTE - JEAN RAMALHO

Data 27/12/2016
Horário 09:21
 

A crise econômica veio e, em decorrência dela, o número de brasileiros desempregados já ultrapassa a casa dos 12 milhões conforme cálculos mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No entanto, enquanto o mercado de trabalho convencional absorve os impactos dessa turbulência, outros setores se mostram um tanto quanto alheios à recessão. Pelo menos é o que demonstram balanços divulgados por entidades que viabilizam a contratação de estagiários e aprendizes em Presidente Prudente.

A reportagem de O Imparcial ouviu quatro delas. A Fundação Mirim, o Proe Estágios, quem funciona na Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), a Casa do Aprendiz Cidadão, antiga Casa do Pequeno Trabalhador, e o CIEE. (Centro de Integração Empresa-Escola). Em todas elas a informação repassada foi que o número de contratações neste ano aumentou ou se manteve no mesmo patamar de 2015.

O melhor resultado entre as entidades foi apresentado pela Casa do Aprendiz Cidadão, instituição que atua na formação profissional e também faz o intermédio entre os aprendizes e o mercado. De acordo com a gerente administrativo Marina Zanelato Costa, em 2015 a unidade fez a ponte para 201 contratações, ao passo que neste ano 344 adolescentes já foram contratados através da entidade. Um crescimento que ultrapassa os 70%.

Boa parte desses adolescentes conseguiu a vaga de aprendiz depois que o MPE (Ministério Público Estadual) exigiu que as empresas de Prudente se adequassem à chamada Lei da Aprendizagem é verdade. Porém, Marina Zanelato também acredita em uma tendência de mercado a contratação desses aprendizes. "Nossa esperança é que melhore ainda mais, que não seja somente por uma ação do MPE, mas que seja espontâneo, pois se trata de uma oportunidade para esses adolescentes aprenderem uma profissão", considera.

 

Redução dos custos

Quem também viu o número de contratações crescer, ainda que em menor expressão, foi o Proe Estágios. A entidade, que atende em torno de 1.160 estudantes, colocou 50 adolescentes no mercado neste ano, frente às 45 efetivações de 2015. Atualmente, 300 estudantes estão em atividade pela instituição e os setores que mais contratam são os administrativos, auxiliar pedagógico e de contabilidade.

Para a instituição esse crescimento deriva de uma necessidade que as empresas têm de enxugar os custos em meio à crise. "É uma oportunidade para reduzir os custos, pois as empresas, de maneira geral, querem cortar gastos, e como o estágio não tem vinculo empregatício e é considerado um serviço mais barato, acaba transmitindo uma boa imagem ao abrir oportunidades para os estudantes".

Também especializada na intermediação de aprendizes, os números apresentados pela Fundação Mirim foram um pouco mais acanhados, mas demonstraram certa estabilidade. Em 2015 foram 249 aprendizes efetivados, enquanto neste ano foram 220 até o início de dezembro. Outra coisa que se manteve estável, conforme a entidade, foi o número de empresas parceiras. "Não houve redução em relação à parceria das empresas", relata.

 

Estagiários

Mesmo diante do cenário de recessão econômica, a expectativa do mercado de trabalho para o jovem estagiário também se mantém otimista, segundo levantamento recente da Abres (Associação Brasileira de Estágios). De acordo com a pesquisa, um em cada dez estudantes do ensino superior participa de algum programa de estágio.

Tendência que se confirma em Prudente, conforme o CIEE. A entidade afirma que o cenário se manteve estável em 2016 se comparado com 2015. "Tivemos um crescimento de 2%, tanto no estágio como no Programa Aprendiz Legal, o que consideramos muito positivo apesar de pequeno".  Em 2015 o CIEE fechou o ano com cerca de 2500 estagiários, já em 2016 foram 2.530.

Situação que agradou também a estudante do sexto termo de Direito, Evelin Carolini Santos, 21 anos, que em julho deste ano conseguiu seu primeiro estágio. "Além da questão financeira, a gente que está na área do Direito aprende na prática uma coisa totalmente diferente que vê na sala de aula. Então o estágio é extremamente importante", comemora a estagiária.
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