COP 30 e o TDN - Transtorno do Déficit de Natureza

OPINIÃO - Paula Carneiro

Data 25/11/2025
Horário 04:30

Querido leitor, este mês de novembro foi marcado pela COP 30, a 30ª Conferência das Partes da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre Mudança do Clima, o que impacta diretamente no meio ambiente e na vida de todos os seres do planeta. Porém, preocupações como essas não devem se restringir a grandes eventos, reunião de países, porque toda essa preocupação deve acontecer inicialmente na escola, no incentivo das atividades e formações de professores.
Nesses anos de trabalho, vi surgirem muitos transtornos e um que muito me preocupa e pouco conhecido é o transtorno de déficit de natureza. Já ouviu falar? Não? O TDN (transtorno de déficit de natureza) está diretamente relacionado com a presença da natureza na vida da criança, pois a falta de contato com ela impacta diretamente no seu bem estar físico, emocional, social e acadêmico. Isso mesmo, acadêmico! Por isso a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) trabalha com o eixo Natureza e Sociedade com o intuito de promover o letramento científico, para que os alunos compreendam e interpretem o mundo natural para transformá-lo. 
O termo “transtorno de déficit de natureza” foi introduzido na literatura, pelo escritor e jornalista americano, Richard Louv, no seu livro, “LastChild in the Woods: SavingOurChildrenFromNature-Deficit Disorder”, que investiga a relação das crianças e o mundo natural em contextos atuais e históricos. É importante ressaltar que o transtorno de déficit de natureza não é um diagnóstico médico, mas sim um termo linguístico considerado por seu criador como uma doença da sociedade. Essa obra catalisou um grande movimento nos Estados Unidos, que rapidamente alcançou outros países com duas ideias fundamentais: A criança na natureza é uma espécie em extinção; A saúde da criança e a saúde do planeta são inseparáveis.
Sendo assim, e por se transformar em uma preocupação mundial, a presença da natureza na vida da criança é encarada pela escola logo na primeira infância como algo essencial, pois a falta dela influencia em dificuldades de atenção, obesidade e  até na deficiência de vitamina D.
A BNCC propõe atividades que modificam a rotina de sala de aula das crianças a fim de que realizem experiências que possam contribuir com seu bem estar e o futuro do planeta. Mesmo assim, muitos professores ainda não se sentem confortáveis em construir espaços estéticos intencionais orientados pela BNCC e o que muito limita aos professores é trabalhar, muitas das vezes sozinho, com grandes grupos. Porém, estratégias existem que, possibilitam uma observação e trabalho eficazes. 
Professor, é preciso incentivar o desenvolvimento infantil de forma prática, pois esses materiais vão causar um efeito extraordinário na criança, que se sentirá participativa, acolhida, pertencente ao ambiente natural do nosso planeta, possibilitando melhoras inclusive em crianças com TDAH e autismo. Com certeza essa prática possibilitará uma melhor observação do real desenvolvimento delas, podendo trabalhar com mais eficácia as suas dificuldades. E sendo assim, o planeta agradece!
 

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