O país atravessa um período de crise, turbulento e incerto, e entre os setores que mais sentiu os impactos deste cenário está o varejo. Cálculos iniciais da CNC (Confederação Nacional de Comércio) projetam um recuo de até 9,5% para o setor em 2016. O resultado disso foram as demissões, os cortes de gastos e os encerramentos das atividades de centenas de milhares de empresas. Mas especialistas acreditam que o pior já tenha passado, por isso, para aqueles que sobreviveram no mercado, o momento é de avaliar erros e acertos, e aplicar as mudanças necessárias para alavancar o negócio.
Fred foi eleito melhor profissional de marketing de 2016
Alguns dos meandros que envolvem esta etapa foram apresentados na noite de ontem, pelo especialista em varejo, Fred Rocha, durante o Fórum Desafios do Crescimento do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). A palestra foi ministrada no Teatro Paulo Roberto Lisboa, no Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente, com a participação de aproximadamente 500 empresários dos quatro setores da economia: indústria, comércio, serviço e agronegócio.
Antes do evento, Fred esteve na Redação de
O Imparcial e adiantou um pouco acerca daquilo que seria abordado em sua palestra. Para o especialista, eleito melhor profissional de marketing de 2016 pela Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), independente da atual situação econômica do país, o grande entrave que acomete o setor varejista é a ausência de "modelos de negócios inovadores", ou de empreendedores que, pelo menos, "ousem reinventar seu negócio".
"O grande problema é que grande parte dos empresários estabelece seu negócio com base nos lucros, então, tudo o que ele planeja e executa em seu estabelecimento visa o dinheiro, não o consumidor. Mas o consumidor não está em busca de dar lucros a ninguém, ele busca atendimento e produto de qualidade, em um espaço que ele se sinta bem recebido. Quando existe este cenário, o lucro é garantido", ensina o especialista.
Capacidade de inovar
A atenção primordial ao cliente vem acompanhada da capacidade de planejar novas ações e adotar novos modelos inovadores de negócio, com o objetivo de reinventar seu produto, caso o mercado assim exija, defende Fred Rocha. "O que vemos hoje é certa homogeneidade nos modelos de negócio no varejo. Todos oferecem os mesmos produtos, com os preços semelhantes, em vitrines idênticas. Então, não há muitas variações e quem se arrisca a inventar e fazer algo diferente se destaca no mercado", ressalta.
Por isso, durante a palestra da noite de ontem, o especialista falaria a cerca de 500 empresários sobre a inovação na prática dos pequenos lojistas, além disso, apresentaria novos cases e tendências do mercado de varejo. O evento teve a organização do Sebrae-SP, em parceria com a Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente), Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista), Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e Prefeitura.
