Em 21 de agosto de 2025, o empresário Carlos Prado será condecorado com a Comenda 2 de Julho, a mais alta honraria da Alba (Assembleia Legislativa da Bahia). Longe de ser apenas um prêmio, a homenagem celebra a jornada extraordinária de um homem que transformou visão em realidade, construindo um império do agronegócio que hoje o coloca entre os principais exportadores de frutas do país.
Mas, para entender a dimensão desse reconhecimento, é preciso voltar no tempo, a uma pequena cidade no interior de São Paulo onde essa história começou.
A história de Carlos Prado não começou com grandes fazendas ou negócios internacionais, mas sim com uma aposta de um jovem bancário que trocou a segurança de um emprego em Assis por um sonho de empreender. Em 1970, ele chegou a Presidente Prudente, onde iniciou sua jornada na cidade trabalhando para José de Souza Reis. Foi ali, na terra roxa do oeste paulista, que a semente de sua ambição germinou.
Seu primeiro grande passo foi montar uma fábrica de estopa na Rua Bahia, na Vila Marcondes, batizada de "Adriana". Celso Esper, amigo de longa data e "compadre" de Prado, trabalhou com ele nessa época e testemunhou de perto a garra do empresário. "Ele deixou o banco para tocar o próprio negócio", conta Celso. "Era um empreendedor nato, sempre buscando uma nova oportunidade".
A ousadia de Prado não parou por aí. Além da estopa, ele mergulhou no mercado agrícola, importando máquinas colheitadeiras de amendoim da Argentina. Junto com Celso, ele percorria a região de Tupã, Marília e Bastos, alugando e vendendo os equipamentos, um prenúncio do gigante do agronegócio que se tornaria.
O destino de Carlos Prado mudaria após um período difícil em Prudente, que culminou com a perda de seu pai. Foi então que ele tomou a decisão que reescreveria sua trajetória: mudou-se para Fortaleza (CE) e fundou a Cemag, uma indústria de equipamentos agrícolas.
Mas a grande virada veio com um ato de visão e curiosidade. Ele viajou a Israel para estudar os sistemas de irrigação e voltou com a convicção de que poderia aplicar essa tecnologia no semiárido brasileiro. Foi com essa inspiração que ele começou a plantar melões, um projeto que cresceu e se tornou o embrião da Itaueira Agropecuária.
O sucesso na produção de melões abriu caminho para outras culturas, como a melancia sem semente. No entanto, uma grande seca em Fortaleza o obrigou a mais uma mudança estratégica, o que o levou à Bahia. Lá, ele comprou terras e consolidou o império de exportação que hoje o coloca entre os mais importantes nomes do agronegócio nacional.
No dia da homenagem, em Salvador, um elo entre o passado e o presente de Carlos Prado estará presente. Celso e Ana Maria Esper, que testemunharam seus primeiros passos, viajarão para prestigiá-lo. A presença dos amigos de Prudente simboliza mais do que uma celebração de sucesso; é a prova de que a amizade genuína é um dos maiores pilares de uma jornada de vida.
O que começou em uma pequena fábrica de estopa, em Presidente Prudente, se tornou um legado de inovação e perseverança. A Comenda 2 de Julho é a consagração não só de um empresário, mas de um homem que sempre acreditou em seus sonhos, mostrando que a distância entre o interior paulista e o cenário global pode ser percorrida com talento, coragem e amizades verdadeiras.