A epidemia de dengue que assola a região de Presidente Prudente em 2025 não é apenas alarmante: é devastadora. Com 21.192 casos confirmados, 3.631 ainda sob investigação e 27 mortes registradas nos 53 municípios do oeste paulista, a situação exige mais do que alertas: requer ação imediata, articulada e contínua.
O Aedes aegypti, vetor da dengue, zika e chikungunya, não dá trégua e, ao que tudo indica, as ações de combate ao mosquito não acompanharam o ritmo da proliferação. As 11 mortes que ainda estão em apuração são, por si só, um sinal de que o problema está longe de ser contido. Em pleno mês de abril, com o ciclo do mosquito ainda favorecido pelo clima, o número de infecções pode aumentar significativamente se não houver uma resposta rápida e eficaz.
É inaceitável que, diante de uma epidemia recorrente e anunciada, tenhamos que lidar com medidas paliativas, campanhas tímidas e ações isoladas. A prevenção precisa deixar de ser apenas um slogan de verão e se tornar uma política pública permanente, com envolvimento real de prefeituras, órgãos de saúde e, sobretudo, da população.
Mas é fundamental reconhecer: a responsabilidade não recai apenas sobre o poder público. A dengue nasce no descuido do quintal, no acúmulo de água limpa e parada, no esquecimento de pequenas atitudes que, somadas, fazem toda a diferença. A conscientização precisa ser diária, didática e, acima de tudo, coletiva.
A região oeste paulista está diante de uma encruzilhada. Ou enfrenta a dengue com seriedade e estratégia, ou continuará sendo palco de estatísticas trágicas. Que o alerta sirva de chamado à razão, à responsabilidade e à urgência. Porque o mosquito não espera. E a vida, uma vez perdida, não volta.