Desenvolvimento econômico das mulheres

OPINIÃO - Eunice Cruz

Data 22/02/2020
Horário 04:00

Quando olhamos a história da emancipação da mulher nos últimos 100 anos, ficamos impressionados com a rapidez com que mudou o status feminino. Entretanto, não se pode esquecer que essa mudança não foi conseguida do dia para a noite. Muitos obstáculos foram vencidos, até que se chegasse ao estágio em que se encontram as mulheres: um caminho claro e cheio de oportunidades à disposição daquelas que se propõem a sonhar e empreender esforços na sua realização, desde a busca de capacitação à coragem de não abrir mão de si mesma. Em praticamente todas as partes do mundo, as mulheres estão, finalmente, começando a ter condições de controlar seus destinos. A mulher está conseguindo a emancipação econômica e isso permite que ela se mantenha sobre os próprios pés e altere o equilíbrio de poder no mundo, a começar pela vida doméstica, estendendo-se à vida profissional e, finalmente, afetando a sociedade em geral. O desenvolvimento econômico das mulheres está em um patamar muito positivo, parecido com aquele em que elas viveram quando alcançaram o direito à propriedade, ao voto, a sair de um casamento infeliz, a obter uma educação superior e a controlar seus próprios sistemas reprodutivos. Eis que temos agora o florescer dos direitos essenciais e do empreendedorismo feminino, que não teria acontecido não fosse o sonho e trabalho de muitas mulheres e homens que, sensíveis, deram tudo em prol de tão sublime causa. As mulheres estão superando a dependência econômica com a chance de um poder real e a oportunidade de influenciar o funcionamento do mundo e tendo liberdade para viver de acordo com seus princípios e vontades, sem subordinação obrigatória aos pais ou maridos. O que estamos vendo na realidade das mulheres do nosso tempo é o aumento espetacular dos índices de educação, os ganhos exponenciais em direção à autossuficiência e o pleno desenvolvimento de seu poder econômico em massa por todo o mundo. Hoje, não há um único setor, outrora, predominantemente, masculino, que ainda não tenha sido invadido pelas mulheres. Elas exercem suas funções com dedicação e obtém excelentes níveis de resultados. As mulheres ocupam postos nos tribunais superiores, nos ministérios, no topo de grandes empresas, em organizações de pesquisa de tecnologia de ponta, na medicina, na pesquisa científica, na construção cível, na agropecuária, pilotam jatos, comandam tropas, perfuram poços de petróleo e muito mais. No comércio e na indústria a mulher está presente e sobressai-se como empreendedora, tanto por necessidade, como pelo desejo de realizar seus sonhos. A entrada maciça das mulheres no mercado de trabalho remunerado parece-nos importante principalmente porque é uma vitória da justiça social. Mas não é só isso: a saúde da economia global exige que as mulheres realizem seu pleno potencial no mundo econômico. É impossível ignorar o desenvolvimento econômico e a força das mulheres. Acredito estarmos à beira de uma grande mudança do poder. Estamos vendo acontecer uma reorganização das engrenagens da história, que conduz a uma nova condição humana em que as mulheres já não são a maioria dos pobres do mundo, já não são as menos escolarizadas nem as menos poderosas. Estamos falando de um mundo no qual as mulheres são a maioria do que há de melhor e podem, se quiserem, assumir as rédeas do controle econômico e muitos outros. Exemplos não faltam!

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