Destacar-se!

OPINIÃO - Rosana Borges Gonçalves

Data 16/07/2022
Horário 05:00

Como todo acontecimento importante, a pandemia também nos deixará heranças. Muitas mortes, desesperos e medos em nível mundial, como também novos horizontes, novas práticas e novos caminhos. No tocante à jornada de trabalho não foi diferente. Home office, teletrabalho e redução de jornada se instalaram durante a pandemia e que, pelo tudo indica, vieram para ficar.
No início, como um ato de sobrevivência, empregadores e colaboradores resolveram que, mesmo que fosse à distância, o trabalho precisava continuar. Em algumas empresas, atribuiu-se o home office ao invés do teletrabalho pois, ao contrário do que muitos pensam, existem diferenças entre ambos. O home office, ainda não reconhecido por lei, é aquele onde o colaborador trabalha de casa, como no serviço estivesse. Ou seja, apenas uma extensão da empresa. Enquanto que o teletrabalho, regulamentado por meio da Lei nº 13.467 de 2017, possui regras específicas, como por exemplo, o não controle de jornada de trabalho, desde que cumpra a carga horária combinada. Não deixando de mencionar o fato de que em muitas empresas, a jornada de trabalho precisou ser reduzida para que pudessem exercer as regras de segurança e distanciamento.
Sem dúvidas, estas modalidades salvaram muitos empregos e, consequentemente, mudaram a visão de algumas empresas. Segundo a Korn Ferry, consultoria global de carreira, 85% das companhias adotaram totalmente o home office em pelo menos três dias por semana, de acordo com pesquisa realizada junto a 170 empresas em novembro de 2021.
Num outro viés, a redução da jornada de trabalho também ganhou forças. Mesmo já sendo discutida em vários países antes da pandemia, tomou proporções gigantescas por conta desta. Várias empresas no mundo já entenderam que produtividade nem sempre tem relação com as horas de trabalho. Talvez na época fordista, onde a eficiência no trabalho era calculada através da produção de estoque, fazia-se necessário um horário mais longo e rígido. Hoje, com a tecnologia em quase todos os setores, o intelecto e boas ideias tornou-se produto, onde muitas empresas pagam salários altíssimos, deixando a relação de jornada de trabalho quase que obsoleta. O que se procura são soluções estratégicas e não mais apenas o cumprimento das horas de trabalho.
Independente do modelo seguido, o que se deve estar a par é que o mundo está se adequando a estas transformações. Tanto as empresas quanto os colaboradores precisam estar abertos às mudanças.  Entender que na mão de obra especializada o que se mede são resultados. E que independente do modelo de trabalho, seja ele home office, teletrabalho ou jornada reduzida, o colaborador que realmente mostrar seu potencial e vontade de crescer, destacar-se-á.
 

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