Do grupo de risco, 190 servidores da educação municipal estão afastados

Seduc acredita que número não causará prejuízo no retorno às aulas

PRUDENTE - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 08/09/2020
Horário 11:42
Arquivo - Sônia Pelegrini aponta que fora formado por decreto um Comitê Intersetorial de volta as aulas
Arquivo - Sônia Pelegrini aponta que fora formado por decreto um Comitê Intersetorial de volta as aulas

Dos 2.143 servidores da Seduc (Secretaria Municipal de Educação) de Presidente Prudente, 190 estão afastados de suas funções por pertencerem ao grupo de risco para Covid-19, informa a secretária municipal de Educação, Sônia Maria Pelegrini. Em porcentagem, este valor representa 8% do total de funcionários públicos da pasta.

Em contrapartida, Sônia demonstra, em números, que 35% dos professores e educadores da rede municipal de ensino estão no grupo de risco, enquanto, entre os demais servidores, em funções como serviços gerais, cozinheiros, escriturários, e outros, o número atinge os 65%, a maioria por comorbidades como hipertensão, diabetes e problemas respiratórios, como asma.

Pode parecer confuso os números: 8% de afastados, mas variação de 35% a 65% de servidores em grupo de risco, mas deve-se lembrar que, em contexto de pandemia, boa parte dos funcionários da educação conseguem, e estão realizando seus serviços remotamente, como é o caso dos professores, cujo contato presencial com aluno está suspenso desde o mês de maio, e, cuja pretensão do Estado, por meio do Plano São Paulo, é que retorne gradualmente a partir de 8 de outubro.

Preparativos para o retorno

Sobre o retorno e a forma como lidar com essa porcentagem relevante de servidores em grupo de risco, Sônia ressalta:

“No grupo dos docentes, em parte, pois 35% deles não voltariam por serem do grupo de risco, no entanto, a legislação prevê o ensino híbrido, o que permite a continuidade do ensino remoto por profissionais deste grupo. Ainda assim, o retorno das aulas presenciais, se houver, será de forma escalonada e gradativa a todas as crianças”, explica.

“Já no grupo de apoio, o número de servidores do grupo de risco da Covid-19 é de 65%. Neste caso será necessário verificar caso a caso e escola por escola. Por exemplo, não será permitido a manipulação de alimentos, será servida merenda seca [o que engloba pães, bolinhos, sucos em caixinha, biscoitos], neste caso pode ser que a quantidade de cozinheiras seja suficiente”, ressalta.

Além disso, a secretária cita os decretos editados recentemente (31.109 e 31.137), que criam o comitê intersetorial de volta às aulas, que engloba as secretarias municipais de Educação, Saúde, Assistência Social, Cultura e Administração, além dos Conselhos Municipais ligados à Educação, para discutir e organizar protocolos sanitários e pedagógicos para o retorno às aulas.

Sobre o decreto, a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) dá as seguintes informações: “Os membros do comitê deverão elaborar diretrizes sobre: protocolos de segurança sanitária, de higiene, de comunicação, saúde e prevenção para o espaço escolar; reorganização dos tempos e espaços escolares, com redefinição do número de crianças e estudantes por sala de aula, escalonamento das crianças e estudantes em aulas presenciais e em atividades não presenciais”.

Ademais, segundo a pasta, o comitê deverá realizar a identificação do grupo de risco e o monitoramento das estatísticas dos casos infectados e óbitos pela Covid-19 entre os trabalhadores da educação, crianças, estudantes e famílias. Também é atribuição do grupo discutir questões como reorganização da oferta do transporte escolar, a fim de garantir ocupação segura dos veículos e o atendimento a todas as crianças; também definir como será a oferta de alimentação nas unidades escolares, entre outras medidas de segurança.

Sindicato comenta

Sobre o possível retorno às aulas, a presidente do Sintrapp (Sindicato dos Servidores Municipais de Presidente Prudente e Região), Luciana Telles, enfatiza que o sindicato é contra o retorno das aulas com a pandemia ainda sem controle. “Ano letivo se recupera, vidas não!”, pontua.

“O retorno às aulas presenciais depende das condições objetivas de controle da pandemia e também de investimentos para novos arranjos escolares, que garantam o direito à educação de qualidade para os estudantes, bem como a estrutura e organização dos trabalhadores em educação, bem como, em estruturas físicas e pedagógicas. Ou seja, nenhuma medida de retorno às aulas deve ser tomada antes do controle da pandemia”, destaca.

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