José Ribeiro quase deixou a ligação tocar até cair. Era domingo à noite, e o funcionário público de 59 anos estava cansado depois de mais uma semana cuidando da papelada do escritório em Andradina. Quando atendeu, a voz do outro lado o fez esquecer instantaneamente o cansaço:
"Seu José, o senhor acaba de dividir R$ 500 mil no CiaCap!"
As mãos tremeram. Lágrimas escorreram pelo rosto marcado pelo tempo. Naquele instante, ele via não apenas números em uma conta bancária, mas o futuro das suas duas filhas - a casa própria que nunca conseguira dar, as dívidas que pesavam como pedras, a segurança que sempre sonhara oferecer.
"Dona Marta, vem cá! A gente ganhou! A gente ganhou!", gritou para a esposa, enquanto abraçava as filhas, sem acreditar que depois de dez anos comprando religiosamente o bilhete, a sorte finalmente batera à sua porta.
A outra face da moeda
Enquanto José contava as notas imaginárias em sua mente, a 120 km dali, no Hospital de Esperança, a enfermeira Carla ajustava o soro de quimioterapia na veia de Dona Maria, 62 anos, agricultora de Martinópolis.
"Tá vendo, dona Maria? Esse remédio aqui veio em parte graças ao pessoal que joga no CiaCap", disse Carla, enquanto a paciente sorria fraco.
Na sala ao lado, o pequeno Miguel, 8 anos, segurava a mão da mãe enquanto aguardava sua sessão de radioterapia. O tratamento - totalmente gratuito - era possível porque pessoas como José e Fabrício (o outro ganhador daquele domingo) continuavam acreditando no projeto.
O empresário que jogava por dois
Fabrício Eder nem ouviu o telefone tocar. Estava ocupado abastecendo um caminhão no posto de combustível da família em Clementina quando os primeiros gritos chegaram:
"Fabricio, você ganhou! Meio milhão!"
Era seu terceiro funcionário correndo em sua direção. Desta vez, com a tela do celular tremendo, mostrando seus números premiados. A cena foi quase idêntica à de 2019, quando ganhara R$ 50 mil no mesmo programa.
"Parece mentira, mas é verdade. O CiaCap mudou minha vida duas vezes", riu, lembrando que desde que perdeu o tio para o câncer, passou a comprar bilhetes não só pela chance de ganhar, mas por saber que cada R$ 10 era um tijolo a mais na estrutura que mantinha o hospital de pé.
O sorteio que nunca termina
Enquanto José planejava comprar as casas para as filhas e Fabrício organizava a viagem dos sonhos da família, a máquina do Hospital de Esperança seguia girando:
• 9.200 sessões de quimioterapia agendadas para o mês
• 42 crianças em tratamento pediátrico
• 1.200 famílias recebendo apoio psicológico
"As pessoas pensam que o prêmio acaba quando depositamos o dinheiro na conta dos ganhadores", explica Dr. Roberto Mendes, diretor médico. "Na verdade, ele só começa ali - porque cada real que entra aqui vira esperança concreta para quem mais precisa."
Como fazer parte dessa história
O CiaCap não é um simples jogo de sorte. É uma corrente de solidariedade onde:
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Ponto final: A vida muda, quando você muda.
