Documentário resgata trajetória da paratleta Jerusa Geber dos Santos

Filme, produzido por formandos em Jornalismo, conta dificuldades enfrentadas pela velocista totalmente cega mais rápida do mundo, e está disponível no canal do YouTube da TV Escola Unoeste

Esportes - DA REDAÇÃO

Data 14/12/2023
Horário 08:40
Foto: Divulgação/ Sérgio Borges
Gabriel em um momento de descontração ao lado de sua companheira nas pistas 
Gabriel em um momento de descontração ao lado de sua companheira nas pistas 

A mulher totalmente cega mais rápida do mundo e quatro vezes medalhista paralímpica, Jerusa Geber dos Santos, tem sua história de superação revelada para o mundo através do documentário “Yerûshâ” (Jerusa em hebraico), disponível desde o último dia 24, no canal no YouTube da TV Escola Unoeste.

O material mergulha na vida e carreira da paratleta, mostrando como foi seu início no Acre, as dificuldades enfrentadas e o segredo para tanto sucesso nas pistas.

“Acho que se uma pessoa acredita, se uma pessoa crê em Deus, vai ter a hora certa. A gente do Time Jerusa acredita. Na Bíblia mesmo diz ‘a sua hora vai chegar’, então acredito que a hora da Jerusa é essa”, disse Gabriel dos Santos Garcia, atleta-guia da velocista.

Natural de Rio Branco (AC), Jerusa chegou a Presidente Prudente no final de 2008, após passagem por Cuiabá (MT). Entre suas principais conquistas, estão o bronze nos 100m nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008; a prata nos 100m e nos 200m nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012; o bronze nos 200m nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020; e o ouro nos 100m e 200m no Mundial de Paris 2023.

“Meu sonho quando eu ‘tava’ no Acre era tão pequeno, era participar de uma Paralimpíada e um dia entrar em um programa de Bolsa Atleta, receber alguma coisa… [...] Eu não sei nem qual é o meu [próximo] sonho, eu já conquistei tudo”, comentou Jerusa, que estreou nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile, em novembro, sendo bicampeã no dia 23 nos 100m da categoria T11 (deficiência plena da visão), repetindo o feito alcançado nos 200m, no dia 21, na mesma competição.

A obra é resultado do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) dos alunos do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação e Estratégias Digitais da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Allysson Fortaleza, Fernanda Claro, João Pedro Bucchi, João Pedro Roque e Vinícius Garcia, com orientação da professora doutora e jornalista, Thaisa Sallum Bacco.
As gravações envolveram oito entrevistados, incluindo colegas de trabalho, familiares e amigos próximos de Jerusa, resultando em mais de oito horas de material bruto.

“Foi um enorme prazer poder registrar a história de uma das maiores paratletas do Brasil e do mundo. Será uma experiência que eu sempre vou levar comigo”, declarou João Pedro Bucchi, diretor do documentário.

Além da versão original, com aproximadamente 55 minutos de duração, o filme está disponível em outras quatro versões: com legendas, com libras, com audiodescrição, e com libras e audiodescrição.

“Acredito que vivemos em um tempo que não dá mais para tolerar a exclusão. Acho que os recursos de acessibilidade que trazemos no documentário vão possibilitar fazer chegar, de fato, a todo o mundo, a história da Jerusa”, finalizou o estudante Allysson Fortaleza.

Reprodução

Material foi produzido por cinco alunos do curso de Jornalismo da Unoeste

Cedida/ Sheila Geber

Jerusa nasceu e passou sua infância em Rio Branco, capital do Acre 

Divulgação/ Sérgio Borges

Jerusa em um de seus treinos: “Não sei nem qual é o meu próximo sonho, eu já conquistei tudo”

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