Durante o 2º Simpósio Brasileiro do Amendoim, na quinta-feira (11) e que precedeu o 5º Dia do Amendoim, o Dr. Modesto Barreto foi homenageado com o Prêmio Dr. Ignácio Godoy, na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), em Presidente Prudente.
Iniciativa do PPGA (Programa de Pós-Graduação em Agronomia), com a entrega feita pelo Dr. Fábio Rafael Echer, professor pesquisador vinculado ao programa e um dos organizadores do evento.
Com a finalidade de reconhecer e enaltecer o trabalho de pesquisadores que atuam para fortalecer a cultura do amendoim, o prêmio foi instituído em 2022 com o aval da PRPPG (Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação).
O texto da homenagem foi o seguinte: O homenageado é natural da região de Franca, nascido em Buritizal e que adotou Aramina, na mesma região, como a sua terra natal; filho do agricultor Sebastião Barreto e da costureira Arlinda Pierazzo Barreto.
Nasceu na fazenda Pedra Branca, o que tem tudo a ver com a profissão que escolheu o professor pesquisador Dr. Modesto Barreto, o caçula de quatro irmãos: Antônio, apelidado de Nenê; a Maria Olinda, chamada de Tata; e o Jamil, ou simplesmente Bil.
O então menino Modesto estudou na Escola Rural da Fazenda Pedra Branca até a 3ª série e foi o primeiro aluno da turma, pois tinha muita vontade de terminar logo os estudos e não mais estudar.
Na 4ª série, incentivado pelo pai, que desejava vê-lo professor, passou a ir de carona no caminhão do leite até a Escola Estadual de Primeiro Grau Professor Martinho Sylvio Bizutti, em Igarapava.
Novamente foi o primeiro aluno da turma e continuou nesta mesma escola até a 8ª série. Modesto sempre estudou e trabalhou para ajudar a família na roça: plantou, capinou e passou carpideira com tração animal, com o cavalo Castainho.
Também foi engraxate, entregador de pães nas madrugadas adentro, vendedor de picolé nos fins de semana, garçom e até operador de cinema. Sempre trabalhando, sempre estudando e com o seguinte lema que costuma repetir: “trabalhar não quebra osso”.
O jovem Modesto Barreto fez graduação em Agronomia na Unesp (Universidade Estadual Paulista) Júlio de Mesquita Filho, campus da Jaboticabal, formado em 1975. Portanto, neste ano completa 50 anos de sua formação como engenheiro agrônomo.
Fez o mestrado em Agronomia na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Esalq/USP (Universidade de São Paulo), em Piracicaba, na turma de 1980 e doutorado na mesma instituição, na turma de 1985.
Cabe aqui voltar um pouco na cronologia da história, para reafirmar que o grande sonho do seu pai, que faleceu quando Modesto tinha 16 anos de idade, era que o filho tivesse um diploma e fosse professor.
Na época do vestibular, Modesto pensava em seguir a área de exatas, mas como tinha vivência intensa de agricultura, fruto dos anos de trabalho na roça, essa situação acabou direcionando seu caminho de forma bem natural.
E, embora tivesse outras engenharias em mente, as circunstâncias foram traçando seu destino para prestar Agronomia na Unesp em Jaboticabal. Desde o início da faculdade precisou continuar trabalhando, e desta vez para se manter em Jaboticabal.
Após o falecimento de seu irmão solteiro, que o ajudava financeiramente, passou a se sustentar sozinho. Junto com a faculdade, deu aula em cursinho, conseguiu uma Bolsa Reembolsável fornecida pela Unesp e depois foi bolsista da extinta Cyanamid.
Durante toda a graduação foi orientado pelo professor Alfredo Lan Sanches, na área de Genética e Melhoramento de Plantas. Formou-se em três anos e meio, novamente como primeiro colocado da turma: uma marca que carrega em toda sua trajetória escolar.
Por ter sido o primeiro colocado da turma de Agronomia, foi convidado a ingressar como professor na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, na própria Unesp. Campus de Jaboticabal, no mesmo ano em que se formou, 1975.
Realizando assim também o sonho de seu pai: “que tivesse um diploma e que fosse professor”. Mas, foi além, conquistando os títulos de mestre e de doutor. Em sua jornada de vida bem vivida surgiu a formação familiar.
Casou-se em 24 de setembro de 1977 com Mariza Felicio Barreto, que sempre se dedicou com amor aos filhos e ao lar. Modesto e Mariza se conhecem desde sempre, morarem na pequena Aramina. Começaram a namorar em 1º de junho de 1971.
Os filhos são a estatística Lílian e os engenheiros agrônomos Kleber e Lívia. As filhas trabalham com o pai na Agroalerta, sendo que a Lívia é também professora universitária. O filho trabalha na Nortox, com pesquisa e desenvolvimento experimental.
Os genros e nora são João Leonardo Silva, representante de vendas; Giovana Machado Garcia, fisioterapeuta; e Édipo da Silva Figueiredo, engenheiro agrônomo. São cinco netos: Lucas, Felipe, Maria Eduarda, Maria Gabriela e Alice.
Além da família, o professor Modesto tem duas grandes paixões: pesca e futebol, sendo que possui um sítio às margens do Rio Grande, onde passa quase todos os fins de semana.
Ao menos uma vez por ano, viaja pelos rios do Brasil em busca dos grandes peixes; e se orgulha de sempre ser o que mais pega do grupo. É considerado pelos amigos um grande pescador e piloteiro; e o mais sortudo: é torcedor dos Santos.
Como professor na Unesp por 39 anos, o Dr. Modesto Barreto, foi professor homenageado de várias turmas que estavam se formando, como nome de turma como paraninfo.
Recebeu duas vezes o Prêmio SummaPhytopathologica, por melhor trabalho publicado no ano; e Homenageado da Sociedade Latinoamericana de Horticultura e da empresa Zeneca Agrícola.
Tem recebido homenagens de agricultores, funcionários da Unesp e de ex-alunos e ex-orientados que tem encontrado pelos caminhos. São homenagens singelas, mas vindas de um agradecimento sincero e afetivo pelo ensino recebido e pelas lições aprendidas.
O professor Modesto sempre trabalhou, sendo o trabalho parte essencial de sua vida e agora, depois de aposentado, não poderia ser diferente. Fundou a Agroalerta, empresa de consultoria e experimentação.
Nas horas vagas, dedica-se aos netos, às pescarias e a acompanhar o futebol, especialmente os jogos do Santos. E continua estudando como hobby: faz diversos cursos on-line de programação e desenvolve programas e aplicativos para celular.
A história do professor Modesto deixa evidente a força de um homem simples, verdadeiro, muito inteligente e profundamente dedicado ao que faz; que carrega valores que não saem de moda: humildade, honestidade, respeito, gratidão e amor.