Entre janeiro e 19 de outubro deste ano, 528 pacientes foram internados no Hospital Psiquiátrico São João, em Presidente Prudente. Deste total, 50,38% das internações foram destinadas a pacientes de Prudente, ou seja, 266 pessoas. Os dados foram apresentados pela gerência da unidade de saúde e contemplam os serviços prestados a pessoas de 39 cidades da região.
Segundo a gerente administrativa do hospital, Lílian Cristina Bordin, a estatística diz respeito aos pacientes rotativos, ou seja, aqueles que precisam permanecer internados para tratar uma crise, por exemplo, e depois retornam para suas residências. Além deste número, a representante informa que, atualmente, o São João possui 180 pessoas internadas, sendo que 58 são moradores fixos.
O balanço apresenta ainda que, das 588 internações, 472 foram de pessoas que residem em um dos 23 municípios que fazem parte do Ciop (Consórcio Intermunicipal do Oeste Paulista), fato que, inclusive, ocasionou um requerimento (9267/2016) aprovado na Câmara Municipal, na sessão de segunda-feira, solicitando ao consórcio apoio no pagamento das diárias de futuros pacientes atendidos no hospital. O documento, de autoria de Démerson Dias, Démerson da Saúde (PSB), será encaminhado, conforme o legislador, para autoridades que têm envolvimento com o setor.
Receitas e despesas
Para manutenção das atividades, Lilian esclarece que a instituição recebe mensalmente do Estado um repasse cerca de R$ 224 mil, referente às diárias de R$ 42 por paciente. No entanto, as despesas giram em torno de R$ 500 mil, ocasionando um déficit de R$ 276 mil por mês. A gerente administrativa diz que o levantamento demonstra a importância do serviço prestado na unidade e a demanda que o hospital já recebeu do início do ano até o mês passado.
A abordagem vem em um momento de incertezas, visto que o São João "luta para continuar com as atividades", já que, além das dificuldades financeiras, ainda conta com a possibilidade de fechar as portas, devido às diretrizes da nova política de atendimento psiquiátrico que os governos federal e estadual pretendem colocar em prática. "São 55 anos de trabalhos junto à comunidade. Os números demonstram a importância do hospital", salienta.
Atendimento especializado
Questionada se a região tem locais de atendimento especializado suficientes para atender a demanda regional de pacientes – com algum tipo de problema psiquiátrico –, a Secretaria de Estado da Saúde respondeu que "nenhum paciente ficará desassistido, uma vez que está sendo implantada na região a nova Rede de Atenção Psicossocial, que segue as diretrizes do Ministério da Saúde e da reforma antimanicomial". A pasta acrescenta que os atendimentos passarão a ser realizados em Caps e Residências Terapêuticas, que estão sendo implantadas em Prudente e em outros municípios da região.
