Em oito meses, Presidente Prudente acrescentou 7.445 veículos à sua frota, chegando a 29 de agosto deste ano com um total de 160.759 automotivos com placas prudentinas, um aumento de 4,8% em relação aos 153.314 observados no início de 2013. São cerca de 930 veículos a mais por mês e uma média de 0,73 veículo por habitante. A expectativa da Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública (Semav) é de que este ano, o aumento da frota seja maior do que a observada no ano passado, quando de janeiro de 2012 a janeiro de 2013, houve um incremento de 10.418 unidades.
Podemos sim ter, em determinados períodos do dia um trânsito mais lento, mas que anda, não pára", coloca.
Se o índice de acréscimos mensais for sustentado, podemos concluir que Prudente encerrará o primeiro mês de 2014 com, aproximadamente, 4,6 mil autos a mais, ultrapassando os 165 mil veículos na cidade. Isto sem contar em torno de 30 mil autos que vêm de cidades vizinhas e, diariamente, contribuem com a movimentação nas ruas prudentinas.
Os números podem assustar os motoristas que usam palavras como "caótico, saturado e travado" para definir o trânsito no município, porém não abalam a Semav que considera o aumento "normal para uma cidade em desenvolvimento". "Prudente está em plena expansão e a administração municipal está preparada para isso", garante o titular da pasta, Oswaldo de Oliveira Bosquet.
Para o secretário, fatores como melhor poder aquisitivo, compra facilitada e ofertas fazem com que o cidadão se anime em adquirir seu carro ou motocicleta, tornando assim, o aumento na quantidade de veículos "normal" na cidade nos dias atuais. Neste sentido, se olharmos o número de autos com placas de Prudente em dezembro de 2009, veremos uma realidade de menos 42.852. "A cidade está crescendo de forma geral e, obviamente, estamos tomando as medidas necessárias para lidar com este crescimento. A verdade é que não temos problemas com o trânsito. Podemos sim ter, em determinados períodos do dia um trânsito mais lento, mas que anda, não pára", coloca.
Outro lado
Quem circula, diariamente, pelas ruas e avenidas de Prudente pode não concordar com o secretário, principalmente, quando o assunto é centro da cidade. O quadrilátero central, para muitos, configura-se em um grande problema quando o assunto é trafegar e estacionar. O encarregado Gustavo Santos, 37 anos, é um dos que não aprovam a situação no local. "Eu evito ao máximo ter que vir ao centro. Para mim, o trânsito está saturado, mas aqui o problema é maior ainda, principalmente em horário comercial", opina.
O autônomo Reinaldo Caçula, 43 anos, também vê o centro da cidade como sendo a pior parte da cidade para dirigir. "Não há estrutura adequada para suportar a quantidade de carros que passam por aqui", diz. No geral, o trânsito em Prudente para ele está "péssimo". "A situação está ficando tão difícil que daqui a pouco a saída será fazer um rodízio de placas, como ocorre na capital", sugere.
Para a psicóloga Fernanda Bertazzo Benincasa, 36 anos, a questão é que "o número de veículos aumentou, mas a cidade não acompanhou esta evolução". "Principalmente em horário de pico, a gente percebe que as avenidas não estão preparadas para receber tantos veículos, elas são muito estreitas. Em outros municípios do mesmo porte observa-se avenidas mais largas para facilitar o tráfego", compara.
O aposentado Marcelo Mendes Perini, 50 anos, reclama da Avenida Manoel Goulart, onde segundo relata, já ficou parado por mais de cinco minutos no trecho próximo a um shopping da cidade. "Não deveriam ter colocado uma faixa elevada nesta avenida, mas sim uma passarela. E mais, se Prudente quer ser grande, tem que agir como cidade grande, com avenidas que correm em um único sentido", aponta.
Em meio a tantos protestos e reclamações, o administrador Rogério Reginato Martins, 38 anos, vai "contra a maré" e aponta melhoras no trânsito ao longo dos anos. "Ele já foi pior, mais travado. Hoje, mesmo com o aumento da frota, há maior fiscalização e isso contribui para uma melhor fluidez. Na minha opinião, o maior problema é o centro. No mais, eu mesmo nunca peguei um trânsito tão parado", conta.
Para Benincasa, muitas deficiências do trânsito prudentino poderiam ser sanadas com conscientização. "Muitas vezes dirigir em Prudente não é complicado por conta do trânsito em si, mas dos maus motoristas que não respeitam a sinalização, são mal educados, não usam a seta, motoqueiros andam cortando os carros, enfim, muitos fatores, se evitados, contribuiriam para um trânsito melhor", conclui.
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Fotos: José Reis
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"Já foi pior. Hoje, mesmo com o aumento da frota, há maior fiscalização e isso contribui para a fluidez"
Rogério Reginato Martins
Administrador, 38 anos
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"Péssimo, a cidade não tem estrutura nenhuma. O centro da cidade é o principal problema"
Reinaldo Caçula
Autônomo, 43 anos
115
"O município não comporta a quantidade de veículos que tem. Não foi projetado para isso"
Podemos sim ter, em determinados períodos do dia um trânsito mais lento, mas que anda, não pára", coloca.
