Em PP "sobram” 115 consultas pediátricas por dia

PRUDENTE - Rogério Lopes

Data 13/08/2015
Horário 10:12
 

 

 

A rede municipal de Saúde de Presidente Prudente conta, no momento, com 14 médicos pediatras a serviço da população. Embora pareça um número baixo de profissionais, o titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Sérgio Luiz Cordeiro de Andrade, esclarece que, em média, há uma "perda" diária de 115 consultas da especialidade, fato que demonstra que o total é suficiente para atender toda a demanda de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos.

Segundo Andrade, o atendimento diário feito por cada especialista gira em torno de sete a oito consultas, sendo que é disponibilizado para população 16 vagas para cada pediatra.

Dados disponibilizados pela secretaria apontam que, em 90 dias (entre os meses de maio, junho e julho), foram oferecidas 11.627 consultas pediátricas na rede municipal de Saúde. Destas, houve 7.452 agendamentos, ou seja, apenas 64,09% da disponibilidade para o atendimento. Além disso, conforme a pasta, 1.798 pessoas que agendaram a consulta com o especialista não compareceram à unidade de saúde na data devida.

Andrade lembra que as "perdas diárias" eram maiores e ficavam em torno de 150. A redução se deu após a secretaria alterar a faixa etária estipulada para as consultas com pediatras, passando de 0 a 12 anos para até os 17. "Englobamos mais idades e, com isso, conseguimos atender mais crianças", menciona.

Ainda em relação à "sobra" de consultas, o secretário aponta a baixa procura da população, que busca o atendimento, na sua maioria, apenas na hora em que a criança está doente. "Até mesmo um trabalho é feito para indicar a especialidade para a população", acrescenta.

Sobre a distribuição dos profissionais, o secretário pontua que dos 14 especialistas, 13 são fixos em UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e um é rotativo, ou seja, é realocado para cobrir férias, licenças e faltas dos demais pediatras. "Temos um quadro completo que supre as necessidades", garante.

 

Rede estadual

Fora os serviços pediátricos na rede municipal, o secretário expõe que o HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, em Prudente, ficou responsável por atender a demanda de pronto-socorro nos casos de pediatria.

Já a Secretaria de Estado da Saúde informa que a rede estadual de saúde na região de Prudente conta com 90 médicos e residentes que atuam nesta especialidade. A pasta explica ainda que, conforme estipula o Ministério da Saúde, o atendimento pediátrico é realizado na rede básica de saúde, serviço oferecido pelos municípios.

Desta forma, as unidades estaduais prestam suporte apenas nos atendimentos de média e alta complexidade, em âmbito regional.

 

Opinião

A vendedora Thalita Martins, 31, diz que sempre que foi preciso conseguiu atendimento médico para o filho de 3 anos. No entanto, embora não tenha do que reclamar dos serviços que foram prestados, diz que foi atendida por um médico socorrista mas, na opinião dela o correto seria ter um pediatra também nos pronto-atendimentos. "É um profissional especializado. Seria melhor", menciona.

O chefe da Sesau ressalta que os trabalhos são direcionados apenas nas unidades de saúde, já nos pronto-atendimentos, que atendem os casos de urgência e emergência, um médico socorrista é o responsável por atender os pacientes de todas as faixas etárias.

 

Concurso

Dentre as vagas abertas para o próximo concurso público da prefeitura de Prudente, há oportunidades para médicos pediatras. Segundo Andrade, o processo de seleção visa contratar dois especialistas, um para ocupar uma vaga deixada por outro médico que se aposentou e outro para preencher o posto de mais um profissional que, até o fim do ano, também deve se aposentar. Além disso, haverá um cadastro reserva para futuras contratações.

 

Contramão

A especialidade de pediatria está a cada dia mais desfalcada de profissionais, conforme o conselheiro da Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) e pediatra, Clovis Francisco Constantino. Ele diz que hoje há um retrocesso no número de especialistas devido à falta de valorização da área de atuação, de incentivos e estímulos junto aos universitários.

Para ele, é preciso oferecer mais suporte por parte dos órgãos públicos e privados para alavancar a atuação clínica dos pediatras.

 
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