Durante o período de baixas temperaturas e férias escolares, o Banco de Leite Humano de Presidente Prudente tem sofrido com a queda no número de doadoras e na diminuição do volume de leite doado, já que, com o frio, ocorre uma redução fisiológica da produção de leite pelas mães. No local, são recebidos cerca de 90 litros por mês, o que é insuficiente para atender a demanda dos hospitais da cidade, pois a meta mensal estipulada é de coletar, aproximadamente, 150 litros.
Com o total de 73 doadoras cadastradas, o Banco de Leite consegue atender cerca de 60% das solicitações de leite, que são destinados às crianças prematuras internadas nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) dos hospitais de Prudente, conforme informado pela coordenadora do Banco de Leite, Denise Campanharo. “O estoque é baixo, pois a demanda dos bebês prematuros é maior que a quantidade de leite que recebemos. Para atendermos os 100%, que é nossa meta, seria necessário praticamente dobrar as doações”, declara.
A coordenadora ainda explica que o leite materno é o único alimento capaz de proteger o lactente de diversas doenças, ainda nos primeiros meses de vida, pois é rico em compostos nutricionais e imunológicos. A partir do leite doado, os prematuros, que não podem ser alimentados por suas mães, possuem a chance de ficar saudáveis, ganhar peso e, assim, encurtar o tempo de internação na UTI, o que diminui as complicações da prematuridade e a mortalidade infantil. Portanto, todas as mulheres que estejam amamentando e saudáveis, sem o uso de medicamentos que impeçam a doação, podem realizar o ato, desde que se disponham a ordenhar e entregar o leite excedente.
Para tornar-se uma doadora é preciso entrar em contato com o banco de leite humano, pelo telefone 3226-3430. Caso seja moradora de Prudente, uma equipe poderá ir até a residência para realizar o preenchimento da ficha de cadastro e, posteriormente, a coleta do leite doado. Para as doadoras de municípios vizinhos, é feito contato com as unidades de saúde da cidade, solicitando a parceria para realizar a entrega do leite doado ao Banco de Leite Humano.
Mães cadastradas
A doadora Soellyn Morais Fernandes, 33 anos, teve seu segundo filho há três meses, tempo em que passou a colaborar com o Banco de Leite. Ela conta que na gestação do seu primogênito, não tinha a produção de leite suficiente para amamentá-lo, para isso, utilizou do leite enlatado, pois, na época, não havia de onde receber doações. O fato tornou uma motivação a mais para Soellyn cadastrar-se e, hoje, ela entrega, em média, dois litros de leite por semana, pensando nas crianças que estão em incubadoras e nas mães que não possuem leite. “Saber que estou fazendo o bem para outras crianças, assim como faço para o meu filho, é o que me faz continuar doando”, afirma.
Outra colaboradora há dois meses e meio é a médica Ana Carolina Zampieri Cunha, 30 anos, que passou pela sua primeira gestação e notou possuir um volume excessivo de leite, por isso buscou o banco para informar-se e realizou o cadastro. Atualmente, Ana Carolina coleta o leite cerca de oito vezes ao dia, e também entrega dois litros todas as quartas-feiras, quando uma equipe passa em sua casa. “Vejo o benefício que faz para o meu filho e, como tenho bastante leite, que chega até a sobrar, eu compartilho com quem precisa”, comenta.
