Em Santo Anastácio, mãe comemora convocação de Victor para Copa

Esportes - Jean Ramalho

Data 08/05/2014
Horário 09:18
 

Foram seis partidas em 31 convocações, que somadas às apresentações de gala com as cores do Atlético/MG, garantiram o nome do goleiro Victor na lista dos 23 jogadores que irão defender o Brasil na Copa do Mundo. Ontem, o técnico Luiz Felipe Scolari fez o anúncio oficial dos escolhidos, no Rio de Janeiro. Enquanto isso, em Santo Anastácio, cidade natal do arqueiro, dona Neusa Vidotto Bagy, mãe e devota número um de "São Victor", comemorava emocionada, aquilo que classificou como "resposta de todas suas orações".

"É uma sensação inexplicável. É tanta felicidade acumulada que não consigo me conter. Tudo isso é fruto do trabalho e da dedicação do Victor. É sangue, suor e lágrimas. Ele sofreu muito para chegar aonde chegou, a família inteira sofreu com ele, pois ele saiu de casa muito novo e tive que aprender a ser forte. Mas o reconhecimento por todo trabalho finalmente chegou", desabafa a genitora.

Dona Neusa conta que a ansiedade era tamanha, que desde as primeiras horas da manhã já se manteve com os olhos atentos na televisão, acompanhando todos os noticiários. Apesar da confiança, a mãe revela que por alguns momentos chegou acreditar que Diego Cavalieri seria convocado no lugar do filho, principalmente por ter disputado a Copa das Confederações do ano passado. "Levantei cedo, acendi minhas velas e me posicionei em oração. Comecei assistir os jornais, mas a cada comentarista que dizia que ele não seria convocado, eu logo mudava de canal", confessa a mãe.

De folga pela manhã, o arqueiro conversou com a mãe por telefone. Segundo ela, o filho se mostrou ansioso, mas preparado para receber a notícia que estava por vir. "Ele estava ansioso, as horas demoravam a passar, mas ele sabia que tudo o que tinha que ter feito dentro de campo ele fez, era só esperar", conta. Após a divulgação da lista, Victor voltou a ligar, desta vez para agradecer o apoio e as orações da mãe. "Ele reagiu de maneira positiva, mas logo teve que voltar a rotina, pois tinha treino marcado", afirma.

 

Caminho árduo


Victor teve sua primeira oportunidade com a camisa verde e amarela em 2009, para as disputas da Copa das Confederações, quando conquistou seu primeiro título pela seleção brasileira. Mesmo em ótima fase no Grêmio/RS, o arqueiro foi preterido por Dunga e ficou de fora da Copa do Mundo, na África do Sul, em 2010, como relembra o amigo de infância, Carlos Macchi. "É muita emoção. Em 2010, a gente esperava muito pela convocação, pela fase que ele estava atravessando, mas ela não veio. Agora a hora dele chegou", comenta.

Após o vexame do Brasil na África do Sul, e a queda de Dunga, o anastaciano voltou a ser convocado em agosto de 2010, quando estreou como titular no amistoso contra os Estados Unidos, que marcou o início da era Mano Menezes. Victor foi novamente convocado pelo técnico em três outras ocasiões, contra Irã, Ucrânia e Argentina, partida que terminou 1 a 0 para os hermanos. Em 2011, o goleiro defendeu a meta brasileira no amistoso contra a Romênia, que marcou a despedida de Ronaldo da seleção.

No banco de reservas, assegurou o segundo título com o Brasil no Superclássico das Américas de 2012, contra a Argentina. Com apenas um gol tomado nas cinco partidas que foi titular, o arqueiro voltou ser chamado em novembro do ano passado, desta vez por Felipão, quando completou seu sexto jogo pela seleção, no duelo contra a Honduras, onde o Brasil venceu por 5 a 0.

Victor será o segundo atleta da região de Presidente Prudente a defender o país em uma Copa do Mundo. Em 1998, após a contusão de Flávio Conceição, o lateral direito Zé Carlos, que é nascido no distrito de Araxãs, em Presidente Bernardes e na época jogava pelo São Paulo, foi convocado às pressas para Copa do Mundo, na França.
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