Com a "casa cheia", foi empossado prefeito interino de Nantes, o então presidente da Câmara Municipal, Trajano de Souza (DEM), em cerimônia realizada na manhã de ontem, como previsto. As alterações no município, conforme o assessor jurídico da casa, Márcio Gomes Barbosa, não trarão grandes impactos à administração, visto que tanto o novo responsável pela Prefeitura quanto o agora líder da Câmara, Wagner Gonçalves Dantas (PSDB), aguardam o parecer da Justiça Eleitoral quanto ao recurso que, provavelmente, será interposto pelo prefeito cassado, Jorge Luiz Souza Pinto, o Seu Zé (PSDB), ainda hoje. "Não vamos mudar nada por enquanto. Teremos cautela e paciência", informa.
Depois de assinar termo de posse, Trajano Souza assumiu o gabinete do Executivo
Conforme narra Barbosa, além dos parlamentares, autoridades policiais acompanharam a sessão na manhã de ontem. Segundo acrescenta, o plenário da casa recebeu muitos populares, que também marcaram presença na parte externa do prédio. Enfatiza, porém, que a cerimônia foi "tranquila e sem nenhum tumulto".
Após a assinatura do termo de posse, Souza assumiu a sala da Prefeitura, onde deve trabalhar por tempo indeterminado.
O prefeito em exercício se diz seguro da responsabilidade que tem nas mãos. Frisa que "conhece muito bem o município e seu funcionamento" e que colocará em prática toda a experiência adquirida nas vezes em que foi vereador da cidade.
Na Câmara o cenário não é diferente. Dantas afirma que não há razão para alterações, uma vez que os parlamentares vêm fazendo "um ótimo trabalho".
Desta forma, o assessor jurídico da casa reitera o posicionamento dos vereadores de ofício diante da atual situação. "Estamos na expectativa da resposta da Justiça. Em conversa com os dois , foi decidido que eles não tomarão nenhuma decisão de imediato diante do risco de ser concedida uma liminar ao ex-prefeito", coloca.
A reportagem tentou contato com o prefeito em exercício durante a tarde de ontem, mas não conseguiu encontrá-lo.
Retrospecto
A cautela dos políticos quanto a aguardar a decisão da Justiça para efetuarem eventuais modificações têm sentido e a situação considerada por Barbosa já foi vista na região, em Álvares Machado. Como noticiou
O Imparcial, em outubro do ano passado, o então prefeito Juliano Ribeiro Garcia (PT) foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), após ser julgado por abuso do poder econômico e captação de sufrágio nas eleições de 2008. Em seu lugar, assumiu, sob vaias e protestos, o presidente da Câmara, na época José Cláudio Bressan (PSDB). Este, portanto, não chegou a ficar uma semana no cargo, uma vez que Garcia conquistou uma liminar na Justiça que lhe devolveu a cadeira do Executivo até que o julgamento fosse julgado em instância superior.
Vereadores no comando
Situações semelhantes à observada em Nantes, que agora tem um vereador como chefe do Executivo, ocorrem em Osvaldo Cruz e Martinópolis. Em Osvaldo Cruz, no entanto, o caso está às vésperas de ser resolvido, visto que eleições suplementares foram marcadas para 4 de agosto, ocasião em que o prefeito interino Edmar Carlos Mazucato (PSDB) disputa o cargo com Kátia Regina Spinelli Pigozzi (PTB).
Já em Martinópolis, a Prefeitura segue dirigida pelo vereador Rondinelli Pereira Oliveira (DEM), enquanto o prefeito eleito nas eleições de 2012, Antônio Leal Cordeiro (PV), briga na Justiça para conseguir deferir sua candidatura.
