O financiamento é ainda uma das formas mais procuradas para a concretização do sonho da casa própria, no entanto, a crise financeira permanece como um obstáculo àqueles que desejam comprar um imóvel. Recentemente, o 2º Feirão de Habitação de Presidente Prudente resultou no encaminhamento de 502 negócios e movimentação de R$ 72,5 milhões, o que coloca em discussão o uso do crédito imobiliário em tempos de instabilidade econômica. De acordo com especialistas, o atual cenário pede parcimônia na hora de tomar decisões, especialmente em relação aos financiamentos a longo prazo, uma vez que o futuro da economia ainda é incerto.
O educador financeiro Moisés Martins expõe que o ideal é buscar alternativas a curto prazo, já que um negócio de longa duração está sujeito ao aumento progressivo do valor das prestações e pode se tornar uma dor de cabeça caso o comprador venha a perder o emprego. Para os financiamentos a longo prazo, o profissional recomenda a contenção de gastos para que 50% do valor do imóvel seja aplicado na entrada. Além disso, o investimento não pode comprometer mais do que 30% de sua receita mensal. Para Moisés, independente do negócio escolhido, o planejamento é a melhor forma de não afetar a renda ou cair na rede da inadimplência.
A economista Edilene Takenaka, por sua vez, acredita que o financiamento é uma saída mais favorável do que o aluguel, em que o locatário passa anos pagando por algo que não é seu. Todavia, defende que o comprador deve lançar mão nessa alternativa somente se contar com um emprego fixo e estiver em condições de destinar uma parte de sua renda para as prestações. “Até mesmo porque se não houver ponderação, a pessoa pode não conseguir quitar a sua dívida no futuro”, salienta. Para ela, um importante ponto a ser considerado durante o planejamento são os demais gastos que comporão a renda mensal, como saúde, alimentação e educação.
A especialista enfatiza que, caso decida por um financiamento, a recomendação é comparar os preços, ler os termos com atenção e jamais fechar negócios no calor da emoção. Quanto ao melhor imóvel, Edilene afirma que tal escolha varia de pessoa para pessoa. “Quando se fala no sonho da casa própria, cada um tem as suas vontades, porém, a orientação é que o comprador preze pela segurança e boa localização, facilitando o acesso aos serviços públicos”, completa.
Do ponto de vista do mercado imobiliário, o delegado regional do Creci (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis) de Prudente, Alberico Peretti Pasqualini, pontua que, por ser esta uma das regiões mais carentes do Estado de São Paulo, o financiamento se torna uma necessidade para grande parte da população. Segundo o representante, tal operação foi simplificada pelo Programa Minha Casa Minha Vida, iniciativa do governo federal, por meio da Caixa Econômica Federal. “Atualmente, este programa é o carro-chefe dos negócios em Prudente”, considera.
