Neste período de isolamento social, o contato com familiares ou amigos ganhou um novo formato. Se antes trocavam abraços apertados e beijos de recepção, diante do cenário de pandemia do Covid-19, a escolha de maior segurança, sem dúvida, foi usar a tecnologia para promover encontros virtuais.
Colocar o papo em dia com um amigo querido sempre foi uma boa escolha, no entanto, o momento requer algumas ações necessárias para o cuidado pessoal ou mesmo social dentro de seus lares. Em Presidente Prudente, um grupo de amigos da Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Maristela resolveu matar a saudade dos encontros através das videochamadas.
Para o técnico de laboratório, Danilo Valensuelos Gonçalves, a tecnologia contribuiu muito, pois o grupo já está junto há anos e, mesmo com a distância, a amizade tornou-se cada vez mais forte. “Isso tem ajudado muito, pois dá vontade de sair de casa para nos encontrarmos e, com as ligações, conseguimos suprir um pouco essa saudade”. O grupo formado por ele, Laura, Yuri, Lucas, Lucas Falcon, Danilo, Amanda, Mariane, Gabriela e a Jéssica, que não conseguiu estar no último registro, consegue se reunir pelo menos duas vezes na semana.
MUNDO DE
PROXIMIDADE
A jornalista Taíne Paco Correa relata que já utiliza a ferramenta de videochamada desde o final do ano passando, meio a qual encontrou para estar próximo de duas amigas que atualmente moram nos Estados Unidos e uma outra em Paris, mas que, atualmente, se tornou também uma forma de encontrar os amigos que moram mais próximos. “É uma forma de não se sentir sozinha, porque antes a rotina de ver os amigos era semanal. Eu imagino que está difícil para todo mundo, então eu acho que é mais um apoio emocional do que propriamente manter os laços”.
“É UMA FORMA DE NÃO SE SENTIR SOZINHA, PORQUE ANTES A ROTINA DE VER OS AMIGOS ERA SEMANAL”
Taíne Paco Correa
Um destes contatos de Taíne é a amiga e também jornalista, Isabelle Laís Garcia Furuya, que atualmente mora em Paris, capital da França. “Eu converso com meus amigos por videochamada pelo menos umas três vezes na semana, depende do dia, pois acabou se tornando um suporte nesta quarentena a qual estamos dentro de casa. Ainda mais para mim, que estou fora do Brasil”, diz Isabelle. De acordo com ela, os amigos mantêm um contato diário através do WhatsApp, no entanto, sente muita diferença quando se comunicam por vídeo. “Parece que estamos juntos”. E o grupo é bem unido mesmo, ambas dividem tela com Júlio Dourado e Roberto Kawasaki.
TECNOLOGIA
PARA O BEM
Segundo o psicólogo Edgar Costa Thomazini, o isolamento social pode trazer muitos danos à condição emocional, como o medo, incertezas e inseguranças frente à situação a qual muitos têm vivenciado. De certo ponto, é esperado que tais sentimentos ocorram na grande maioria das pessoas que, de fato, têm olhado para essa realidade como níveis elevados de ansiedade, estresse e outros sintomas. No entanto, explica que dentro das condições emocionais, neste período muitas pessoas têm percebido o quanto um abraço, um aperto de mão e o contato afetivo são importantes para as suas vidas, aspectos estes que antes da pandemia eram deixados de lado.
Mas o contato social através dos encontros virtuais tem ajudado? Segundo o psicólogo, trata-se de uma ferramenta que no momento tem aproximado as pessoas que, mesmo longe, podem compartilhar suas vivências e trazer conforto neste período de isolamento social. Porém, ressalta que após a pandemia, o ideal é que este contato seja realizado presencialmente.
Fotos: Reprodução
Jornalistas reúnem os amigos através de videochamadas
