Envelhecimento,  fragilidade e Covid-19

Temos consciência que se envelhece mal e precocemente no Brasil? Os baixos investimentos voltados ao envelhecimento ativo e saudável, bem como a falta de ações robustas de participação cidadã e proteção dos mais fragilizados, têm resultado em maior fragilidade e em altas taxas de mortalidade por Covid-19 entre pessoas idosas, que vai além da atual composição demográfica do país.
Dados da Organização Pan-Americana de Saúde mostram que o país atingiu a marca de 133 mil mortes por Covid-19, sendo a taxa de letalidade mais elevada entre os idosos. O envelhecimento mal sucedido nos torna mais susceptíveis à doença, devido aos múltiplos fatores de risco e dependência funcional, culminando em maior comprometimento da sua capacidade de recuperação de qualquer agressão aguda. 
Em Presidente Prudente, cerca de 350 idosos residem em Instituições de Longa Permanência, antigamente denominadas asilo. Sabe-se que um número significativo de funcionários dessas instituições transita em outros ambientes de risco, como hospitais, transporte público, aumentando ainda mais o perigo.

O país atingiu a marca de 133 mil mortes por Covid-19, sendo a taxa de letalidade mais elevada entre os idosos

As vigilâncias sanitárias e epidemiológicas têm exigido medidas efetivas de prevenção e controle da Covid-19, como restrição humanizada de visitas e controle de acesso de trabalhadores. Junto a essas ações, parcerias entre os serviços de saúde, sociedade civil e universidade têm auxiliado no rastreamento laboratorial com testes capazes de detectar a presença do vírus e/ou anticorpos produzidos a fim de identificar idosos e trabalhadores portadores do SARS-CoV2, mesmo que de forma assintomática.
Ações intersetoriais se fazem urgentes na atenção integral aos idosos para a elaboração de campanhas de arrecadação de equipamentos de proteção individual, definição de fluxo de atendimento e força-tarefa para rastreio da doença e monitoramento adequado dos idosos frágeis.
A fragilidade do idoso demanda maior atenção de seus familiares, e a pandemia evidenciou a necessidade de melhor conhecê-lo, sem querer “escondê-los”. Dessa maneira podemos garantir a efetivação de seus direitos e prevenir o desumano e indefensável gerontocídio.


 

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