Caro leitor, ao tentar responder a essa pergunta, muitas respostas vêm à tona e alguns acharão que é para preparar para a vida, para o trabalho, outros dirão que é para transmitir conteúdos. A escola é responsável pela socialização secundária, mais formal e distanciada das fragilidades emocionais da socialização primária ou familiar.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 19, diz que toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família. Sendo assim, os pais são os principais educadores de seus filhos e encontramos aí uma relação natural entre paternidade e educação que possibilita o aprender de modos, de valores, de costumes e de tendências da sociedade em que vive. Filhos necessitam de segurança, de amor, de aceitação, fatores fundamentais para o desenvolvimento e crescimento do ser.
Mesmo assim, algumas famílias acreditam que a escola e outras instituições sociais podem assumir essa função e terceirizam a ela a educação de seus filhos. Para Vasconcellos (1994), a família e a escola mudaram muito. Antes, a família era cúmplice da escola. Hoje deposita suas funções e delega suas responsabilidades a ela e cada vez mais os alunos vêm para a escola com menos limites trabalhados.
Na escola há a oportunidade de conhecer a diversidade social, entender diferentes culturas, compreender o outro como semelhante, encontrar pessoas com o mesmo objetivo, porém diferentes no que diz respeito às ideias, valores e costumes, desenvolver habilidades necessárias à vida, construir competências, aprender novas tecnologias para o favorecimento do desenvolvimento humano.
No entanto, muitos são os problemas relacionados à educação primária, como a pobreza, a violência doméstica, o alcoolismo, a desagregação dos casamentos, a droga, a ausência de valores, a permissividade. Todos esses fatores afastam os pais da educação dos filhos. Dessa forma, visualiza-se a necessidade do diálogo e parceria entre família e escola a fim de que ambas sejam as mediadoras primordiais deste processo, apresentando e dando sentido ao mundo social da criança.
Cabe aos pais o resgate de valores e responsabilidade de bons modos e respeito ao próximo. Cabe à escola formar pessoas capazes de construir conhecimentos e capacitá-las para o exercício autônomo, consciente e crítico da cidadania. E, sobretudo, considerando os parâmetros da ética e da solidariedade, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) – enfatiza a necessidade de uma educação que possibilite não só a aquisição de conhecimentos e habilidades, mas também a formação de atitudes relativas a valores como finalidade da educação nacional.
Referência
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina. São Paulo: Libertad, 1994.