Estado anuncia aporte financeiro de  R$ 5,5 milhões ao Hospital de Esperança

Repasse será dividido em 7 parcelas de R$ 785,7 mil e começará a ser pago a partir de junho; presidente do HE avalia que recurso estadual não será suficiente para quitar dívidas do hospital do câncer

PRUDENTE - CAIO GERVAZONI

Data 21/05/2022
Horário 05:12
Foto: Governo do Estado
Rodrigo Garcia anunciou repasse ao HE durante coletiva de imprensa no Centro Cultural Matarazzo, em visita à região nesta sexta
Rodrigo Garcia anunciou repasse ao HE durante coletiva de imprensa no Centro Cultural Matarazzo, em visita à região nesta sexta

Entre os diversos anúncios durante o evento “Governo na Área”, em sua passagem pela região de Presidente Prudente, o governador do Estado de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), anunciou durante coletiva de imprensa no Centro Cultural Matarazzo, em Prudente, na manhã desta sexta-feira, um aporte financeiro de R$ 5,5 milhões ao Hospital de Esperança a serem pagos em sete parcelas de R$ 785.714, 28 mil a partir de junho. 
“O convênio será assinado agora neste mês de junho. Nós passaremos R$ 5,5 milhões em sete parcelas para que o hospital do câncer possa atender ainda mais nossa população. O Hospital de Esperança presta um serviço fundamental e conta agora com recursos do Estado para apoiar sua iniciativa”, declarou Rodrigo Garcia, ao ser questionado de como e quando se daria o repasse do aporte estadual ao HE. 
Com semblante neutro, o presidente do Hospital de Esperança, Felicio Sylla, relatou que recebeu com gratidão o anúncio dos recursos estaduais destinados a instituição, porém, esperava que a quantia fosse mais vultuosa. Diante do recurso apresentado, Sylla argumentou que a crise financeira do HE não irá sofrer alteração e que o hospital fará contrapartidas, com prestação de serviços, para receber o valor anunciado pelo Estado. “Na situação que estamos, qualquer ajuda é bem-vinda. Só que estávamos esperando uma quantia bem vultuosa e não essa. Estas parcelas não virão para o hospital integralmente, nós vamos ter que fazer contrapartida. Vamos ter que prestar serviços para o Estado. Então, nossa situação financeira vai ficar a mesma. A única vantagem que vejo, é que nós vamos conseguir atender mais pessoas”, dissertou o presidente do HE.
“Esse dinheiro não entra para o hospital pagar conta, pagar luz ou pagar funcionários. Ele vai ser destinado a esta prestação de serviços que nós vamos firmar”, realçou Sylla, que também pontuou que a fila de atendimentos do HE não será zerada. “Isso daí precisa de muito recurso para poder zerar, porém, vamos acolher toda a população que este convênio permitir, embora este dinheiro não seja o ideal”. 
No final do ano passado, o Hospital de Esperança pediu ao governo federal um aumento do teto que é destinado para o atendimento do sistema SUS (Sistema Único de Saúde) na instituição, porém, ainda não foi atendido e depende de um intermédio do governo de São Paulo para que o repasse seja garantido. Na manhã desta sexta-feira, Sylla aproveitou a ocasião e questionou o secretário da Saúde do Estado de São Paulo, Jean Carlo Gorinchteyn, sobre o tema. Segundo o presidente do HE, a resposta de Gorinchteyn é que o Estado irá analisar o pedido. 

Histórico da crise

Atualmente, o déficit do Hospital de Esperança chega à cifra de cerca de R$ 5 milhões, de acordo com a instituição.
Como noticiado por O Imparcial, em meados do mês passado, o HE anunciou uma junção de departamentos administrativos com a Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente e uma série de corte de gastos, com a demissão de cerca de 180 funcionários, para poder manter o hospital de portas abertas para a população da região que necessita de atendimento do Hospital de Esperança. 
No começo do ano, em janeiro, a instituição firmou um convênio com a Unimed de Presidente Prudente. Naquela ocasião, foi anunciado que 60% dos atendimentos iriam ser destinados aos pacientes do SUS e 40% aos beneficiários do plano particular. 
Também em janeiro, na primeira reunião da Unipontal (União dos Municípios do Pontal do Paranapanema) no ano, sediada no auditório do Hospital Esperança, o presidente do HE apresentou um pedido de auxílio mensal por parte dos municípios do oeste paulista e apresentou a situação de crise financeira do hospital aos prefeitos. 
Em agosto do ano passado, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), conheceu a estrutura do Hospital de Esperança. Naquela ocasião, Bolsonaro, em seu discurso pela passagem em Prudente, disse que o credenciamento do Hospital de Esperança junto ao SUS (Sistema Único de Saúde) "não é virtude, mas obrigação do governo". "Satisfação de estar aqui e, juntamente com o Queiroga, ser responsável pelo credenciamento. Há demandas semelhantes ao daqui em outras cidades e não vamos medir esforços, independentemente de partido político da cidade. Esse ato abre horizontes para que o hospital possa melhor se preparar e equipar. Estou muito feliz em poder servir ao próximo", declarou.
Em junho de 2021, ocorreu o credenciamento do HE ao SUS durante encontro entre o prefeito Ed Thomas (PSB) e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em Brasília. Tratou-se de um longo processo de habilitações de serviços que o hospital concretizou passo a passo. Para chegar em condições de recebê-lo, a unidade especializada em oncologia teve que cumprir todas as exigências do órgão público. Ou seja, antes do credenciamento, o hospital já tinha que estar em pleno funcionamento e oferecendo todos os atendimentos para conseguir a habilitação como uma Unacon (Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia).

Foto: Arquivo


Conforme presidente do HE, recurso anunciado é insuficiente para quitar dívidas do hospital

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