Estreitos

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor da rã e contra o ranzinza

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 18/04/2024
Horário 05:30

São muitos os estreitos no planeta Terra e aqui falo no sentido geográfico, ou seja, os canais que separam dois continentes. Ou o mesmo continente, dependendo da localização. Alguns são bem conhecidos, a começar pelo Estreito de Ormuz, no Oriente Médio, onde, no momento, urubu voa de costas. O Estreito de Ormuz está situado na entrada do Golfo Pérsico, entre Omã e o Irã.
Por esse estreito, onde o mar é bem estreito mesmo, a passagem de navios petroleiros é intensa. Pelo menos 20% do petróleo consumido no mundo sai dessa região. Qualquer encrenca mais séria causa estragos na economia mundial. O meu e o seu bolso serão afetados em caso de guerra porque o preço do barril de petróleo ficará mais alto do que o jato do óleo no momento da extração.
Outro estreito conhecido é o de Bering, que liga os oceanos Pacífico e Ártico e também separa a Ásia da América. De um lado a Rússia, na Ásia, e do outro o Alasca, o território que os EUA compraram da Rússia, em 1867, por um preço equivalente hoje a pelo menos 2 bilhões de dólares. Por enquanto, a situação é calma na região.
Já no sul da América do Sul existe o Estreito de Magalhães, entre o continente e a Terra do Fogo. O mar por lá não está para navegação. É mais perigoso do que brinquedo de parque de diversões sem manutenção.
Entre a Europa e a África há o Estreito de Gibraltar e, rumando na direção do leste pelo Mar Mediterrâneo, existe o Estreito de Bósforo, na Turquia, que dá acesso ao Mar Negro. Do ponto de vista da geopolítica é uma região explosiva.   
É que no Mar Negro concentra-se uma boa parte da frota naval da Rússia, como navios de todo tipo e submarinos, muitos deles com bombas atômicas. O Mar Negro pode ser uma armadilha para a Rússia se, em caso de guerra, a Otan bloquear o Estreito de Bósforo.
Isso quer dizer que navios e submarinos russos ficariam impedidos de alcançar o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. Uma arapuca para a Rússia. Mas é o tal negócio: bomba nuclear tem alvos certos e pode ser disparada de um navio ancorado em qualquer porto. 
Em vez de governantes racionais, há governantes com corações estreitos que estão pouco se lixando com o destino da humanidade numa hora de crise. Também estreitos estão os salários, a compaixão e a solidariedade.

DROPS

Era magro, mas fazia regime por causa do peso na consciência.

No Brasil, existe a exploração do turismo ou a exploração do turista?

Quem diria: a Lava Jato amealhou uma fortuna a jato.

Dá-lhe, juiz Salomão!   
 
Sandro Villar é jornalista e radialista; autor do livro “As 100 Melhores Crônicas de Humor de SV” (Editora Alta Books – RJ). E-mail: sandro.villar@hotmail.com
 

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