A Polícia Civil de Presidente Bernardes divulgou nesta terça-feira que concluiu o inquérito que investigou indícios de peculato, “rachadinha” e lavagem de dinheiro, crimes que teriam sido praticados pela associação mantenedora de um hospital situado no município. A ex-presidente da entidade, que não teve a identidade revelada, responderá por peculato e lavagem de dinheiro.
A apuração, iniciada em janeiro de 2024, revelou que a então presidente da entidade teria exigido de funcionários a devolução, em espécie, de parte das gratificações e horas extras pagas, prática conhecida como “rachadinha”. Auditoria realizada nas folhas de pagamento de 2020 a 2023 apontou pagamentos irregulares superiores a R$ 200 mil, que teriam sido revertidos à investigada.
Também foi identificado o desvio de R$ 153.455,00, ou seja, 80,77% de um convênio estadual de R$ 190 mil, destinado à compra de equipamentos hospitalares. “Parte dos valores foi transferida para contas pessoais e jurídicas ligadas à investigada, indicando confusão patrimonial e possível lavagem de dinheiro”, explica a Polícia Civil que representou ao Poder Judiciário pelo bloqueio de bens e pela imposição de medidas cautelares, que foram deferidas, incluindo a proibição de acesso ao hospital e contato com testemunhas.
Na manhã desta terça-feira, tanto a ex-presidente quanto a atuação direção da associação não foram localizadas pela reportagem para comentar o caso até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações. “A Polícia Civil de São Paulo reafirma seu compromisso com a transparência e o combate à corrupção, especialmente em instituições que administram recursos públicos destinados à saúde e ao bem-estar da população”, ressalta o órgão investigativo.