O Papa Leão XIV apresentou, no dia 9 de outubro de 2025, a sua primeira exortação apostólica, intitulada de: “Dilexi te”, que significa: “sobre o amor para com os pobres”. O texto começou a ser escrito pelo Papa Francisco nos últimos meses de sua vida e sua conclusão foi assumida como herança pelo Papa Leão XIV. O título da exortação sobre o cuidado da Igreja pelos pobres e com os pobres parte da imaginação do próprio Jesus Cristo dirigindo-se a cada um deles: “Tens pouca força, pouco poder, mas “Eu te amei'” ( Ap 3, 9). No texto iniciado por Francisco, Leão acrescentou algumas reflexões, “partilhando o desejo do meu amado Predecessor de que todos os cristãos possam perceber a forte ligação existente entre o amor de Cristo e o seu chamamento a tornarmo-nos próximos dos pobres”. A acelerada transformação tecnológica e social dos últimos dois séculos, cheia de trágicas contradições, não foi apenas sofrida pelos pobres, mas também por eles enfrentada e pensada. Os movimentos de trabalhadores, mulheres e jovens, assim como a luta contra a discriminação racial levaram a uma nova consciência da dignidade daqueles que estão à margem. Também o contributo da Doutrina Social da Igreja tem em si esta raiz popular que não se pode esquecer: seria inimaginável a releitura da Revelação cristã nas modernas circunstâncias sociais, laborais, econômicas e culturais sem leigos cristãos envolvidos com os desafios do seu tempo. Ao seu lado, atuaram religiosas e religiosos, testemunhas de uma Igreja em saída dos caminhos já percorridos. Temos algumas Carta Encíclicas, que tratam de auxiliar os pobre, como no caso da: Rerum novarum de 1891, escrita por Leão XIII abordou a questão do trabalho, expondo a situação intolerável de muitos operários da indústria e propondo o estabelecimento de uma ordem social justa. A Encíclica Mater et Magistra de 1961, escrita por São João XXIII fez-se promotor de uma justiça de dimensões mundiais: os países ricos não podiam permanecer indiferentes face aos países oprimidos pela fome e pela miséria, mas eram chamados a socorrê-los generosamente com todos os seus bens. O Concílio Vaticano II representa uma etapa fundamental no discernimento eclesial sobre os pobres, à luz da Revelação. O Papa não se limita à contemplação espiritual. Denuncia as “estruturas de pecado” que geram exclusão e desigualdade, chamando à responsabilidade moral e política diante da pobreza contemporânea. “As estruturas de injustiça devem ser reconhecidas e destruídas com a força do bem, através da mudança de mentalidades”, afirma. Leão XIV exorta a comunidade cristã a unir contemplação e compromisso, não basta a assistência; é preciso a justiça, e esta nasce do amor. Observa-se no contexto atual a multiplicação da pobreza e o aumento da desigualdade; a cultura de acumulação, com a ilusão de felicidade na riqueza e no sucesso social; estruturas que favorecem os mais fortes e a concentração do poder; as milhões de pessoas marginalizadas e em condições indignas; a indiferença social cm o sofrimento dos pobres. A situação dos pobres, assim, representa um grito que interpela constantemente a nossa vida e a ação de Deus cuida de todos os que são discriminados e oprimidos. Com empenho para resolver as causas estruturais da pobreza; contribuindo para a implementação de políticas eficazes na transformação da sociedade; promovendo espaços que estabelecem ligações, criam relacionamentos e favorecem o reconhecimento do outro; fazendo ouvir a nossa voz para denunciar as estruturas de injustiça; promovendo oportunidades de trabalho, para que todos possam conseguir uma vida mais coerente com a sua própria dignidade.
MINI SERMÃO
O amor pelos pobres é um elemento essencial da história de Deus conosco e irrompe do coração da Igreja; que por sua própria natureza, é solidário com os pobres, excluídos e marginalizados, com todos aqueles que são considerados “descartáveis” pela sociedade. A dedicação à preferência pelos pobres, segundo o Papa, leva a inaugurar com Deus um Reino de justiça, de fraternidade e de solidariedade. Mais do que um apelo moral, “Dilexi Te”, é um chamado profundo a redescobrir a centralidade do amor. O Papa Leão XIV nos convida a uma conversão pastoral, social e interior: amar os pobres é amar o próprio Cristo. A generosidade em favor dos pobres é um verdadeiro bem para quem a pratica. No rosto ferido dos pobres encontramos impresso o sofrimento dos inocentes e, portanto, o próprio sofrimento de Cristo. Reconhecer o rosto de Cristo nos pobres e nos sofredores, não é apenas um ato de misericórdia, mas a própria via de salvação.
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