Falta de conhecimento interfere nas doações

A professora Fernanda Martins Gomes da Silva é doadora há oito meses. “Ouvi dizer que era bom, que eu poderia ajudar outras crianças. Não dói, e é prazeroso", afirma.

PRUDENTE - Ynaiê Botelho

Data 02/07/2013
Horário 10:53
 

O Banco de Leite Humano de Presidente Prudente existe há 27 anos e, atualmente, conta com aproximadamente

90 mães cadastradas para doação, que produzem cerca de 52 litros de leite e atendem mensalmente até 80 crianças prematuras.

Jornal O Imparcial Banco de Leite Humano de Prudente precisa de novas doadoras para repor estoque

De acordo com a coordenadora do banco de leite, Marilza Lourenção, nos anos anteriores, percebia-se a defasagem nos períodos de férias e frio, mas, hoje, a situação é ainda mais difícil. "Em 2013, as doações têm sido cada vez menores. Não dá para falar que diminuiu por causa do clima, porque desde janeiro não conseguimos um amplo número de doadoras", comenta.

A coordenadora relata que mesmo com o auxílio da campanha realizada em maio e ajuda da imprensa, a situação do Banco de Leite Humano é crítica, chegando a atender apenas 50% da demanda. "Fazemos trabalhos diários nos hospitais, temos grupos de gestantes nas Unidades Básicas de Saúde e Estratégias de Saúde da Família (ESFs), porém, não conseguimos elevar o número de doações", expõe.

Em agosto, segundo Lourenção, o órgão participará da Semana Internacional de Incentivo ao Aleitamento Materno. "As mães precisam se conscientizar quanto a essa prática. Elas podem ajudar outras mulheres a oferecer o melhor alimento para o prematuro, pois se trata de um leite de fácil digestão, com anticorpos que a criança precisa", diz.


Doações


"A princípio, toda mulher que esteja amamentando, independentemente do tempo, que se encontre em bom estado de saúde, pode doar. Bastar dar um telefonema", ressalta a coordenadora.

De acordo com a profissional, uma equipe fica responsável por levar até a residência da doadora o material esterilizado necessário para recolher o leite e depois de certa quantia acumulada no estoque, a mãe passa por um exame de sangue para detectar possíveis doenças. Após comprovar que a doadora não possui nenhuma patologia contagiosa, Lourenção relata que após a coleta, uma amostra é retirada para verificar se existe a presença de coliformes fecais, e depois passa pelo processo de pasteurização e só então pode ser distribuído para os bebês prematuros internados nos hospitais de Prudente. "Nossa porcentagem de descarte de leite materno é muito pequena", comenta.  Para Lourenção, um dos fatores que mais interfere na captação de novas colaboradoras é o medo e a falta de conhecimento. "As doações não intervêm na amamentação do filho. Muitas mulheres têm medo de ‘tirar’ o leite do filho delas, o que é um mito, pois quanto mais se amamenta, mais leite ela produz. E primeiro a mãe amamenta a criança, o excesso, ela separa para doação", explica.

A professora Fernanda Martins Gomes da Silva é doadora há oito meses. "Ouvi dizer que era bom, que eu poderia ajudar outras crianças. Não dói, e é prazeroso", afirma.

Silva comenta que desde que seu filho, João Paulo Gomes da Silva, tem 2 meses, faz doações semanalmente. "Toda semana as meninas do banco vêm à minha casa, trazem tudo esterilizado. Faço a extração com a bombinha, e depois de duas horas, o seio está cheio novamente", garante. E a professora passa a iniciativa a diante. Silva explana que uma amiga grávida, que frequenta sua casa e a vê retirando o leite pretende adotar a prática. "Ela acha que dói, mas eu falo que não dói nada. Até alivia, porque o seio fica muito cheio. Se eu tiver outro filho, com certeza vou doar. Me sinto feliz por estar ajudando outras crianças, porque tem muito recém-nascido que as mães não podem amamentar", pontua.

 

SERVIÇO

COMO COLABORAR

Para se tornarem doadoras, as interessadas devem procurar o Banco de Leite Humano de Presidente Prudente, pelo telefone 3226-3430.
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