FCT é agente catalisador do progresso regional

Direção do campus da Unesp fala de conquistas e desafios nesses 65 anos em Prudente

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 02/05/2024
Horário 06:10
Foto: Cedida
Diretora da FCT/Unesp, professora Dra. Cristina Baron, e o vice-diretor, professor Dr. Ricardo Pires de Paula
Diretora da FCT/Unesp, professora Dra. Cristina Baron, e o vice-diretor, professor Dr. Ricardo Pires de Paula

Ao longo de seus 65 anos de história, a FCT/Unesp (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista) tem sido um marco de evolução constante em termos de ensino, pesquisa e extensão. Em entrevista, a diretora, professora Dra. Cristina Baron, e o vice-diretor, professor Dr. Ricardo Pires de Paula, destacam os principais avanços, marcos e desafios enfrentados pela universidade ao longo de sua trajetória. 

Nesta reportagem, são abordadas as conquistas mais significativas, a adaptação aos desafios contemporâneos da educação e da ciência, as áreas de destaque em pesquisa e ensino e o impacto da universidade no desenvolvimento regional e nacional e a relação com a sociedade. A direção também apresenta os planos da faculdade para expansão acadêmica, parcerias e inovação, evidenciando seu papel como agente catalisador do progresso em Presidente Prudente e região. 

Como a FCT/Unesp evoluiu ao longo dos seus 65 anos em termos de ensino, pesquisa e extensão? 
Cris e Ricardo: Ao longo desse tempo, tivemos vários momentos. Desde quando foi criada a faculdade, com apenas dois cursos de graduação, até a década de 2000, na qual foram criados os últimos dos 12 cursos existentes. E, lógico, ao criarem os cursos, também avançamos no ensino, na pesquisa e, consequentemente, nas atividades extensionistas. Em relação ao ensino e à pesquisa, também é importante destacar a chegada dos primeiros cursos de pós-graduação nas décadas de 1980 e 1990, consolidando ainda mais nossa presença e atuação no ensino superior no município de Presidente Prudente. 

Quais foram os principais marcos e conquistas da FCT/Unesp durante esse período? 
Cris e Ricardo: A própria faculdade surgiu em meio a um processo de luta pela comunidade prudentina para serem instalados os cursos superiores gratuitos na cidade. Em 1976, quando é criada a Unesp, houve um processo de fechamento de curso, o que fez com que mais uma vez a população reivindicasse, impedindo de se concretizar a ameaça de fechamento do próprio campus. O processo de encampação dos cursos de Educação Física e Fisioterapia também acaba sendo uma conquista para a comunidade. São encampados esses dois cursos e toda uma estrutura física, agregando a área de ciências biológicas e saúde. Ao longo desse período, foram sendo incorporados cursos com a formação em bacharelado, além daqueles voltados para licenciatura. Além disso, a própria expansão que a Unesp teve nos anos 2000 fez com que novos cursos surgissem no campus, ampliando ainda mais o leque de oportunidades de a população da região poder estudar em uma universidade gratuita. 

Como a universidade tem se adaptado aos desafios contemporâneos da educação e da ciência? 
Cris e Ricardo: Esses são desafios frequentes, principalmente a questão do acesso a recursos financeiros para que as pesquisas sejam realizadas. Pensamos que talvez um grande diferencial que tem contribuído para que a gente consiga avançar nesse campo é a qualificação do nosso corpo docente e dos nossos técnico-administrativos, que fazem com que tenhamos boa avaliação em disputas nos diversos editais e agências de fomento. Pensamos também que essa excelência dos nossos recursos humanos leva consequentemente a uma qualificação do nosso corpo discente e cada vez mais pessoas têm acesso às bolsas e auxílios para realizarem seus trabalhos de campo e pesquisas, além de estágios no exterior. Acreditamos que esses são alguns dos nossos diferenciais para enfrentar essa situação que a gente vive no Brasil em relação à pesquisa científica. 

Quais são as áreas de pesquisa e ensino nas quais a FCT/Unesp está se destacando atualmente? 
Cris e Ricardo: Temos destaque nas três áreas do conhecimento em que atuamos. Na área de Exatas, nos cursos de Matemática, Estatística, Ciência da Computação, Física, Química, Engenharia Ambiental e Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, nossos egressos são muito disputados e contratados por órgãos estaduais e municipais no campo do ensino, por empresas e organizações não governamentais pelo reconhecimento acadêmico de sua formação. Na área de Humanas, os cursos de Arquitetura, Pedagogia e Geografia, formam profissionais com forte engajamento na sociedade, atuando em órgãos públicos, empresas e como profissionais autônomos com grande relevância em seus campos de atuação. Na área de Biológicas, temos o curso de Educação Física, que é uma referência na produção de pesquisas e no acompanhamento de diversos atletas; e temos o curso de Fisioterapia, que, com a clínica, acaba sendo também um fator de forte inovação e dá evidência e importância à atuação no campo da saúde. Então, há destaque nas três áreas do conhecimento, e todos os nossos cursos acabam servindo de referência, tanto na formação de recursos humanos quanto na produção de pesquisas que são apresentadas e publicadas em diversos eventos e periódicos de grande impacto acadêmico e social. 

Como a universidade tem contribuído para o desenvolvimento regional e nacional ao longo de sua história? 
Cris e Ricardo: Temos mais de 16 mil graduados até hoje. Então, contribuímos para colocar essa quantidade de pessoas altamente qualificadas no mercado de trabalho, em órgãos públicos, exercendo uma profissão e, de certo modo, favorecendo para haver esse desenvolvimento, não só em Prudente, mas na região e mesmo espalhados pelo Brasil todo. Hoje, temos egressos que atuam em várias regiões do país, seja como professores ou bacharéis. Além disso, pensamos que os nossos cursos, por meio dos docentes e discentes, têm um diálogo muito profícuo com as autoridades locais, com representantes do setor privado, empresas e órgãos públicos. Muitas políticas públicas são gestadas e pensadas na região a partir desse diálogo que a Unesp de Presidente Prudente mantém, e que as pesquisas resultam em diretrizes para que esses municípios pensem a reorganização dos seus serviços à comunidade. Nesse sentido, a universidade vem contribuindo com a formação desses recursos humanos e, ao mesmo tempo, com essa interlocução direta com os gestores dessas políticas públicas para a comunidade.

Aos 65 anos, como está o relacionamento da FCT com a comunidade?
Cris e Ricardo: Nós pensamos que melhorou bastante. A curricularização das atividades extensionistas impôs que todos os seus cursos de graduação revisassem seus Projetos Políticos Pedagógicos, abrindo um grande debate nos segmentos acadêmicos sobre o papel da universidade no século 21 e sua relação com a sociedade. Isto vem fazendo com que cada vez mais haja a interação entre os problemas enfrentados pela comunidade e as reflexões e pesquisas realizadas nas salas de aula e demais laboratórios didáticos. A gente vem mantendo contato frequente com as redes municipais e estaduais de educação. São várias ações realizadas nas escolas e com as escolas vindo até nós, além de ações voltadas ao setor de saúde, por meio do Ceafir, nossa clínica de fisioterapia, que abrange esse nosso diálogo com a comunidade e que serve de referência para nós. A nossa própria pista de atletismo, em que treinam os atletas, já medalhistas em várias competições, também é uma referência não só para o esporte de alto rendimento, mas também para o esporte de base. Isso mostra que temos muito a oferecer para o desenvolvimento regional e que possamos estar juntos para pensar soluções para a própria cidade e região. Portanto, isso vem melhorando bastante porque é uma necessidade legal em função da ampliação das ações extensionistas, mas também porque a universidade deixou de se ver como uma ilha afastada do cotidiano da sociedade na qual está inserida. A universidade integra a sociedade e precisa também pensar soluções para ela nas várias esferas de atuação. 

Quais são os planos da FCT/Unesp para o futuro próximo em termos de expansão acadêmica, parcerias e inovação? 
Cris e Ricardo: A universidade ficou cerca de 10 anos sem investimento e, nos dois últimos anos, acabamos sendo contemplados com inúmeros editais que visam melhorar a nossa infraestrutura. São mais de 20 pastas técnicas, de reformas e de construções que esperamos nesse futuro próximo concretizar. Tivemos um pequeno problema na adaptação da nova Lei de Licitação, assim como todos os órgãos públicos, mas esperamos resolver isso e dar início à execução desse forte investimento que fomos contemplados para melhorar as condições de ensino, pesquisa e extensão no campus. Em relação a esses canais com a sociedade, queremos mais. Temos e queremos ampliar ainda mais o contato com entidades, movimentos sociais, empresas e queremos efetivamente constituir uma rede, com as outras unidades da Unesp na região e com isso atender cada vez mais a sociedade daquilo que ela demanda de nós, seja por meio de projetos no campo da pesquisa ou da extensão universitária. Além disso, a Unesp de Presidente Prudente integra a comunidade Oeste Valley, que é uma comunidade de inovação pensada para a região, visando aproximar os agentes capazes de detonar esse processo de inovação de base tecnológica, a fim de contribuir para promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental na região. Pretendemos colocar a Unesp nesse protagonismo, da mesma forma que ocorre em outras regiões do Brasil.

(Com Assessoria de Imprensa FCT/Unesp Prudente)

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