Segunda metade da década de 1990, Ash Ketchum e seu Pikachu, juntamente com seus amigos Brock e Misty, arrastaram multidões por todo o mundo com suas aventuras em busca de novas espécies de Pokémons. Quase 20 anos depois, o mundo imaginário dos pequenos monstrinhos ganhou forma por meio do jogo Pokémon Go, que virou febre nos últimos dias entre os usuários de smartphones do Brasil. Na região de Presidente Prudente não seria diferente. Por onde se anda é possível flagrar alguém vidrado no celular, na iminência de capturar mais uma criatura. A questão é que, com os olhos na tela, muitos se esquecem daquilo que acontece na realidade e isso pode ocasionar sérios problemas.
Parque do Povo é um dos pontos com mais Pokémons em PP
Lançado na quarta-feira no Brasil, o jogo de realidade aumentada funciona através do GPS do celular. Com isso, os aficionados precisam sair pelas ruas, parques ou praças, de olho na tela do celular, na busca pela captura do maior número de personagens possível. Em Presidente Prudente, conforme os próprios usuários, os locais com maior incidência dos Pokémons são o Parque do Povo, a Praça Nove de Julho, a Catedral de São Sebastião e a Praça das Cerejeiras. E é justamente na logística do jogo onde mora o perigo.
Desde que o game foi lançado, o Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo) tem desenvolvido campanhas em suas redes sociais para alertar acerca dos perigos de acidentes de trânsito envolvendo a distração dos jogadores. Tudo porque, de acordo com informações da Assessoria de Imprensa do órgão, colisões e choques são os tipos de acidentes mais frequentes no trânsito e muitos deles são graves ou até mesmo fatais.
E a distração é um dos principais motivos para essas batidas, segundo o Detran-SP. Por isso, o órgão recomenda que aqueles que quiserem caçar os Pokémons no trânsito busquem alternativas, pois "pesquisas mostram que usar o celular enquanto dirige prejudica tanto nossa capacidade de perceber e evitar perigos no trânsito como dirigir alcoolizado". E a preocupação com a distração se estende também para os pedestres, "que jamais devem jogar enquanto atravessam a rua", aconselha.
Cuidado com furtos
Além do Detran-SP, a Polícia Militar também está atenta com esta nova febre dos brasileiros. Uma vez que, de acordo com a Seção de Comunicação Social do 18º BPM/I (Batalhão de Polícia Militar do Interior), "o celular é um dos produtos mais visíveis para furto, por isso os criminosos se aproveitam justamente dos momentos de descuido das vítimas para subtrair os objetos". Na tarde de ontem, por exemplo, cerca de 80 pessoas estavam na área de wi-fi livre do Parque do Povo.
Portanto, o órgão orienta que o usuário redobre a atenção quando estiver jogando. "Mantenha a atenção não apenas no jogo, mas na vida real também". Além disso, aconselha que os jogadores evitem locais com baixa iluminação, bem como transitar desacompanhado pelos locais de procura dos monstrinhos. No mais, "se for furtada ou roubada, a vítima não deve reagir, mas sim tentar reconhecer a fisionomia do criminoso e ligar imediatamente para a Polícia Militar", reforça.
Aficionados
Mas o que realmente querem os usuários é capturar os mais de 150 Pokémons disponíveis no game. Ainda mais depois da longa espera pelo jogo, que foi lançado no Brasil depois de um mês de seu lançamento mundial. "Baixei logo no primeiro dia e já estou com 48 Pokémons. Sou apaixonada por jogos, então, estava ansiosa para jogar", comenta a estudante de Nutrição, Beatriz Mazetto, 21 anos.
Ansiedade semelhante tiveram os amigos e estudantes de Medicina, Tarik Rajab e Gabriel Gimenez, ambos com 18 anos. A dupla conta que o jogo viralizou entre os estudantes da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) e tem ajudado os novatos a fazer amizade. "Conheci um monte de gente no Parque do Povo e vários veteranos através do jogo", conta Tarik Rajab, que já ostenta 74 criaturas, entre elas, o raro Ônix.
