Férias favorecem aproximação de pais e filhos

Psicóloga divide a situação em dois grupos, no qual existem os que podem fazer isso e os que não conseguem, pela rotina

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 07/01/2018
Horário 01:01
Marcio Oliveira, Ainda de acordo com a psicóloga, o que ela tem percebido é que a vida cotidiana faz com que os pais estejam cada vez mais distantes dos filhos.
Marcio Oliveira, Ainda de acordo com a psicóloga, o que ela tem percebido é que a vida cotidiana faz com que os pais estejam cada vez mais distantes dos filhos.

O início de ano, momento em que as crianças estão de férias escolares, é uma oportunidade ideal para que a interação com os pais aconteça. De acordo com a psicóloga Ieda Benedetti, àqueles que podem, esse instante de aproximação entre filhos e genitores deve acontecer, a fim de ajudar no desenvolvimento dos pequenos. Em época de crise financeira, no qual nem sempre realizar viagens é viável, o período pode ser usado para atividades lúdicas, sem gastos e que beneficiem ambos os lados.

Ainda de acordo com a psicóloga, o que ela tem percebido é que a vida cotidiana faz com que os pais estejam cada vez mais distantes dos filhos. Para ela, isso acontece não só por parte dos adultos, mas também em função das agendas dos menores. “Hoje, mais do que nunca, as crianças possuem uma agenda de adulto, com cursos disso, aulas daquilo e entre outros”, pontua. Por isso, em período de férias, a aproximação deve ser pautada.

Indo mais a fundo, ela divide a situação em dois grupos. No primeiro caso, estão os pais que “podem, conseguem e devem fazer esse momento acontecer”. E em segundo plano existem os adultos que perderam o controle da própria rotina e vivem em um “estresse cotidiano”, no qual não possuem a capacidade de interagir com o filho. “Os pais estão estressados. Vem o período de férias, os filhos estão com mais demandas, no entanto, eles não possuem esse tempo”. Segundo Ieda, o melhor seria se aproximar, mas uma parcela não consegue, em vista dos empecilhos, tanto efetivamente quanto no próprio tempo, devido ao cansaço, o desagaste mental.

E para que a situação mude, ela garante que é preciso rever os conceitos. “Vamos chamar a atenção para esse alerta. As pessoas precisam conviver com os filhos, mas antes precisam conviver consigo mesmo. Os pais precisam ver que não dão conta e procurar orientação terapêutica”, promove. E aos que conseguem ter essa proximidade com o filho, fazer com que isso não acabe é o ideal, realizando atividade em um programa que seja legal para ambos, como cinema, viagem, pintura, enfim, o que se adequa a cada caso familiar.

 

Interação

E seguindo a dica da psicóloga, a auxiliar de dentista Pamela Ariana Borges Mendonça arrumou as coisas, preparou as comidas e bebidas e foi até o Balneário da Amizade curtir com os dois filhos. Questionada, ela garante que sabe a importância de estar próximo aos pequenos. “Por isso, ao longo da semana a gente sempre tenta separar um dia para estar com eles, mesmo que sejam nos finais de semana. A aproximação deve acontecer, para não perder esse momento”, explica.

E se as crianças possuem mais pique que os pais? A dica é tentar acompanhar o máximo possível. “Olha, tem hora que não dá mesmo, mas a gente tenta. Nesse período de férias eles parecem ter um gás maior ainda, mas é importante. Essa interação tem que acontecer”. Conforme dito pela estudante Thaynara Borges Fernandes, 25 anos, mesmo tendo aulas de manhã, nos demais meses do ano, toma cuidado para não deixar de ter essa aproximação.

 

Academia de Pais

De acordo com o psicólogo Guilherme Carvalho, os eventos que marcam a vida da criança até seis anos de idade influenciam na forma como ela vai interagir com as pessoas e o mundo até a vida adulta. “A personalidade do filho é moldada de acordo com o desenvolvimento das relações com os pais e isso define a maneira como eles irão buscar a realização e a felicidade”, diz. Com isso, ele criou a “Academia de Pais”, a fim de promover esse diálogo mais efetivo e se comunicarem sobre assuntos atuais, como o bullying nas escolas, a sexualidade humana, redes sociais e entre outros. O projeto, de acordo com ele, é realizado por meio de rodas de conversas, no qual o tema é colocado, mas os pais que devem apresentar suas vivências e dúvidas.

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