“Parecia neblina”. Foi assim que muita gente descreveu Presidente Prudente entre o começo da noite de quarta-feira e início da manhã de ontem. Em diversos pontos da cidade e também da região, as equipes do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil atuaram no combate a incêndios em áreas de vegetação. Na capital do oeste paulista, ao menos quatro locais demandaram uma força-tarefa.
Conforme divulgado pela Prefeitura, reservas florestais foram alvos de queimadas na altura do Residencial Maré Mansa, na zona oeste, do Parque Primavera e Parque Alexandrina (Mata do Furquim), na zona norte, além da Rodovia Ângelo Rena, na zona leste. Mesmo distante dos focos, moradores da área central também reclamaram do cheiro da fumaça. No Parque São Matheus, por exemplo, a tradicional feira livre que ocorre às quartas foi tomada pela fumaça. Nas proximidades do Museu e Arquivo Histórico Municipal Prefeito Antônio Sandoval Netto, as ruas mais pareciam passarelas de fumaça.
Houve reclamações também em bairros como Vila Santa Helena, Cohab, Jardim Santa Olga, Vila Euclides, Alexandrina, Conjunto Habitacional Jardim Humberto Salvador, Vale do Sol e muitos outros. Além do trabalho do Corpo de Bombeiros, o combate às chamas contou com o apoio da Defesa Civil de Presidente Prudente, Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Construtora Tucanos e Usina Alto Alegre.
Foto: Polícia Militar - Helicóptero Águia da PM retirou água da piscina do Venceslau Clube para ajudar no combate às chamas
Já na cidade, no incêndio em vegetação na Estrada Vicinal Aymoré, o helicóptero Águia da PM retirou água da piscina do Venceslau Clube para ajudar no combate. O jornalista Toninho Moré relata que a população do município ficou assustada ao avistar uma cortina de fumaça no horizonte norte. “Os bombeiros foram chamados e, diante da proporção do fogo, acionou até o helicóptero Águia, que carregou água em 20 viagens para jogar sobre os pontos mais intensos do incêndio”, afirma. De acordo com ele, os proprietários rurais do local se juntaram aos soldados do fogo para combater o incêndio.
Ainda conforme Toninho Moré, o incêndio de grandes proporções, “talvez o maior da história rural de Presidente Venceslau”, deixou donos de sítios e fazendas de vigília durante à noite. Mesmo assim, ontem pela manhã, os bombeiros ainda foram chamados para debelar incêndios perto de residências.
Cedida - À noite, fumaça branca era visível pela cidade
Um levantamento do 14º Grupamento de Bombeiros, em Presidente Prudente mostra que entre janeiro e agosto do ano passado, a região registrou 425 ocorrências de fogo em mato. No mesmo período deste ano foram 680, um crescimento de aproximadamente 60%. “As queimadas aumentam muito nessa época de ano devido ao clima tropical da região, onde o inverno é seco e a umidade relativa do ar é muito reduzida, somado o hábito de fazer limpezas de terrenos utilizando fogo e até mesmo atos de vandalismo”, afirma o tenente PM Evandro Avanço Silva, do Corpo de Bombeiros.
O oficial lembra que provocar incêndios em matas é considerado crime ambiental, conforme prevê o artigo 41 da Lei 9.605. A penalidade é de reclusão de 2 a 4 anos, além de multa. “As queimadas são extremamente prejudiciais ao ser humano, causando danos ambientais de grande monta, infertilidade do solo, morte de animais e poluição do ar atmosférico, além disso, o incêndio pode se alastrar e atingir áreas residenciais e industriais. Quando o incêndio atinge as proximidades de uma rodovia, a fumaça pode prejudicar a visão dos motoristas e dessa forma causar sérios acidentes”, explica.
Foto: Roberto Kawasaki - Tenente Avanço: “Queimadas aumentam muito nessa época de ano”
Foto: Marcos Sanches/Secom - Força-tarefa reuniu esforços para combate às queimadas
SAIBA MAIS
Trecho da Raposo Tavares é totalmente interditado devido a incêndio em vegetação
