Funcionários de três Etecs da região e da Fatec de Prudente aderem à greve estadual 

Movimento reivindica melhores condições salariais, pagamento de bônus e valorização profissional; em nota, CPS indica que Bonificação por Resultados já foi publicada e será paga até outubro

REGIÃO - CAIO GERVAZONI

Data 08/08/2023
Horário 18:51
Foto: Reprodução/Fatec Prudente
Na região de Prudente, funcionários de três Etecs e do campus prudentino da Fetec (foto) aderiram à paralisação
Na região de Prudente, funcionários de três Etecs e do campus prudentino da Fetec (foto) aderiram à paralisação

Uma paralisação de funcionários das Etecs (Escolas Técnicas Estaduais) e Fatecs (Faculdades de Tecnologia) entrou em vigor nesta segunda-feira em todo Estado de São Paulo, marcando um movimento de reivindicação por melhores condições salariais, reajustes, pagamento de bônus e valorização profissional. Na região de Presidente Prudente, funcionários de três Etecs e do campus prudentino da Fatec aderiram à paralisação:

•    Etec Arruda Mello (Prudente);
•    Etec Antônio Eufrásio de Toledo - Colégio Agrícola (Prudente);
•    Fatec (Prudente);
•    Etec Deputado Francisco Franco (Rancharia).

O Sinteps (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza) lidera o movimento e compartilhou as demandas dos trabalhadores com a reportagem de O Imparcial. Segundo Roberto Schiratto Junior, diretor regional do Sinteps, quatro unidades da região já aderiram à greve com índices acima de 50%. 

Roberto expressa esperança ao relatar que espera que outras unidades alcancem a paralisação e superem esse índice ao longo do movimento. Ele também ressaltou que a intenção é manter serviços essenciais à comunidade, conforme exigido por lei. “[A paralisação] é percentual, até porque devemos manter os atendimentos à comunidade como prevê a lei”.

Reivindicações da categoria

As reivindicações da categoria incluem:

•    Fim do “arrocho salarial”: os profissionais reivindicam o fim de uma defasagem salarial de 9 anos, com perdas de 53,23% desde 2014 devido à falta de reajustes anuais; 
•    Revisão da carreira: a categoria busca a revisão da carreira, implantada em 2014, alegando que direitos importantes conquistados na época ainda não foram implementados; 
•    Pagamento do bônus resultado: exigem o pagamento imediato do Bônus Mérito, “historicamente manipulado” pelo governo estadual; 
•    Contratações urgentes: reivindicam a contratação urgente de funcionários e docentes para suprir as necessidades das instituições.  

Defesa das escolas do CPS

Apesar da qualidade de ensino reconhecida das Etecs e Fatecs, os grevistas alegam que as propostas do governo atual não garantem melhorias e medidas para sua continuidade. Eles expressam preocupação com a implementação de ensino técnico diretamente na rede estadual, à margem do CPS (Centro Paula Souza), o que consideram “um golpe” nas Etecs.

No Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), por exemplo, a nota média das Etecs foi de 5,9, índice superior à média do ensino médio no Brasil (4,2). Também é maior que o indicador obtido pelas escolas estaduais do país (3,9), pelas escolas públicas brasileiras (3,9) e pelas escolas privadas nacionais (5,6).

A análise dos dados mostra que as 10 melhores escolas públicas da capital paulista são Etecs. Entre as 50 melhores públicas do Estado, 46 são unidades do CPS. 

Roberto Schiratto indica que, mesmo diante da comprovação da qualidade de ensino ofertado pelas Etecs e Fatecs, as propostas do atual governo estadual não garantem melhorias e medidas para continuidade destas instituições. “O governo Tarcísio [Republicanos] está propondo a implementação de ensino técnico diretamente na rede estadual, à margem do Centro Paula Souza, que é o órgão estadual paulista responsável por essa modalidade de ensino há mais de 50 anos, com notória qualidade e respeito da sociedade.

A possibilidade de uma ‘rede paralela’ de ensino técnico – sem investimentos, sem estrutura laboratorial e sem contratação de professores habilitados – será um golpe de morte nas nossas Etecs”, argumenta. 

Posicionamento do CPS

A O Imparcial, o Centro Paula Souza respondeu às reivindicações dos grevistas, indicando que a Bonificação por Resultados referente a 2022 já foi publicada e será paga até outubro. O centro afirmou que concedeu reajuste acima da inflação aos servidores no primeiro ano de governo, e está trabalhando em um novo plano de carreiras em colaboração com representantes sindicais. 

“O estudo para o novo plano de carreiras dos servidores do CPS está em andamento e contava, até o dia 23 de junho, com a participação de representantes do sindicato, que optaram por se desligar do grupo de trabalho. A proposta do novo plano de carreira será encaminhada às instâncias responsáveis pela sua análise até setembro, e as contribuições do Centro Paula Souza serão avaliadas”.

Segundo o CPS, investir nas Etecs e Fatecs para ampliar as oportunidades de formação profissional gratuita em São Paulo também é um compromisso da gestão atual. A instituição ressalta que adotará todas as medidas necessárias para garantir que os estudantes não sejam prejudicados  

Por tempo indeterminado

A greve, por tempo indeterminado, continua enquanto os grevistas e as autoridades do governo não chegarem a um acordo. Enquanto isso, as atividades educacionais estão sujeitas a impactos. O Sinteps planeja realizar ações de divulgação à comunidade para expressar suas preocupações.

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