Galpão da Lua pede mediação do poder público junto à União

Solicitação de ajuda é para que consigam posse, ainda que provisória, do barracão da antiga estação de trem, qual estão utilizando neste momento

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 30/10/2016
Horário 08:34
 

Não conseguindo mais custear o aluguel na antiga instalação, localizada na Vila Brasil, desde o dia 23, o Coletivo Cultural Galpão da Lua está ocupando um dos prédios da antiga estação de trem de Presidente Prudente, para continuar a desenvolver seus projetos culturais, gratuitos, para a população. De acordo com um dos integrantes do grupo, Luis Valente, 38 anos, o coletivo aguarda um posicionamento do Executivo e da Câmara Municipal de Presidente Prudente, quais procuraram e protocolaram um pedido solicitando uma audiência pública com seus representantes, para que os auxiliem, servindo como mediadores junto à SPU (Secretaria do Patrimônio da União), para que consigam posse, ainda que provisória, do barracão da antiga estação de trem, que estão utilizando atualmente.

Jornal O Imparcial Prédio que pertencia à antiga malha ferroviária federal é da União

"Na segunda-feira encaminharemos um requerimento à procuradoria da República, para que seja tomada uma providência e, assim, obtenhamos o termo de posse legal, ainda que provisório, com base no direito de uso que já se estabeleceu no espaço. Legalizados, podemos participar de editais para a reforma do local que faz parte da história e da cultura dessa cidade. Mas, precisamos de apoio para que a União nos conceda essa posse", ressalta Luis.

 

Posicionamentos

De acordo com a AI (Assessoria de Imprensa) da Câmara Municipal, o documento protocolado pelo coletivo foi encaminhado pelo presidente, vereador Enio Luiz Tenório Perrone (PSD), para avaliação do departamento jurídico da Casa. Entretanto, o mesmo convidará os representantes do Galpão da Lua para estarem presentes durante uma Sessão Ordinária para conversarem com todos os vereadores da 16ª Legislatura e, explicarem qual o pleito dos mesmos, visto que o pedido de audiência pública no documento é sucinto e não especifica o objeto e objetivo da mesma.

Além disso, esta reunião poderá avaliar melhor o que a Câmara Municipal e os vereadores podem fazer para o Galpão da Lua, dentro de sua competência Constitucional.

Conforme a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação) o prefeito Milton Carlos de Mello, o Tupã (PTB) deve atender o grupo em audiência, na próxima semana, nos dia 3 ou 4 de novembro.

Até o fechamento desta edição, a reportagem não obteve o posicionamento da União.

 

De forma legal


Luis salienta que o grupo só desocupa o prédio em caso de alguma solicitação de reintegração de posse datada deste momento, executada pela Justiça. E destaca que o que querem é trabalhar de forma legal, dando seguimento às atividades culturais que há anos desenvolvem, proporcionando diversão, lazer e cultura à população prudentina, principalmente, aos que tem menos condições de acesso à arte. Dentre as ações que o coletivo pretende oferecer no espaço, estão espetáculos, aulas de música, dança, capoeira, maracatu, entre outras.

Segundo ele, não foi fácil ter que deixar o galpão onde atuaram desde 2011, na Vila Brasil, pois ali construíram muitas amizades, viveram histórias, aprenderam, assim como ensinaram, por meio da arte. E essas relações continuarão. "Apenas a nossa sede não pertence mais a este lugar. Mas, estaremos sempre ali com a nossa arte e nossas vidas", frisa o artista.

 

Apoio importante


Luis comenta que a ocupação de um dos galpões do prédio da estação conta com a colaboração de muitas amigas do Galpão da Lua. O espaço precisa de reformas e adequações urgentes, que já foram iniciadas e serão continuadas daqui a diante, preservando as características do lugar. Para isso, contam com a ajuda, inclusive, de um arquiteto.

"Queremos mostrar que ao invés do local ficar fechado sem nenhuma utilidade, nós conseguimos fazer dele um espaço de cultura, vivo, sem que, para isso, seja preciso algum projeto milionário. Uma ocupação como esta é, antes de qualquer coisa, uma forma de discutir a cidade em que vivemos e, dentro dela, o acesso à cultura", pontua.

E complementa: "Este prédio, e todo o seu conjunto, pertencia à antiga malha ferroviária federal e, após sua dissolução, foi incorporado ao patrimônio da União. Galpão, este, que sendo uma propriedade pública, encontrou-se fechado, vazio, sem cumprir qualquer função social, há anos", reforça.

 

Programação de hoje


 

- 9h – Faxina, limpeza e pintura do Galpão

- 20h – Exibição de Filme

 
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