Os 56 selecionados para o projeto HackaTruck MakerSpace em Presidente Prudente começaram nesta segunda-feira a jornada de atividades dentro da carreta onde fica o laboratório móvel, instalada no campus 2 da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). Eles foram escolhidos entre os mais de 400 inscritos da Fipp (Faculdade de Informática de Presidente Prudente) e, agora, vão aproveitar o período de férias para aprimorar os conhecimentos em tecnologias para desenvolvimento de aplicativos iOS (para Apple).
As atividades começaram durante a tarde. Os estudantes já conheceram as instalações da carreta e passaram a receber as orientações sobre as ações, que prosseguem até o começo de agosto.
“Os alunos passam quatro semanas conosco, todas consumindo conteúdo, e na última semana eles vão produzir um aplicativo para solucionar problemas da sociedade que conheçam, por meio de tecnologia e baixo custo”, explica Luís Flávio da Silva, líder do Programa de P&D da IBM Brasil.
A expectativa era alta entre os alunos. “Espero adquirir bastante conhecimento para contribuir com a minha carreira e aproveitar o máximo que puder”, afirma o estudante João Manuel Oliveira Pereira, do 5º termo de Sistemas de Informação.
Matheus Oliveira da Silva, do 5º termo de Ciência da Computação, precisou aprender mais sobre a sintaxe (regras para a escrita e execução dos códigos) da linguagem de programação que ainda não tinha trabalhado. “Até então nem conhecia e será uma experiência nova”, afirma.
Victor Terrengui Brandi, que está entrando no 6º termo de Sistemas de Informação, decidiu dedicar-se ao curso de olho no que pode aprender com os parceiros envolvidos no projeto, como a multinacional de tecnologia IBM. “É uma linguagem não tão nova, mas ainda recente no mercado e de grande impacto. Acho que terei muitos ganhos na carreira. Coloquei o momento de descansar de lado [nas férias] e decidi encarar e aproveitar essa oportunidade”, diz.
Para o desenvolvimento de aplicativos para dispositivos Apple, os alunos vão ter acesso a todos os equipamentos e orientações para chegaram até as soluções. As funcionalidades não se restringem a celulares ou computadores, mas podem ser aplicadas para outros equipamentos – conceito chamado Internet das Coisas.
“Isso, hoje, é um diferencial no mercado de tecnologia. É muito difícil encontrar esse profissional atualmente. Esse é um tipo de programação que pode ser usada em muitos aparelhos [geladeira, controles etc]. Cada bancada tem kits específicos com mais de 150, 200 sensores. Alguns treinamentos não saem por menos de R$ 10 mil. Os alunos terão isso de forma gratuita”, afirma o coordenador da Fipp, Emerson Silas Doria.
O termo Internet das Coisas vem da língua inglesa - internet of things – e trata da conexão de objetos (geladeira, ar-condicionado, aspirador de pó etc.) e dispositivos à internet, que permite o envio e recebimento de dados. O conceito foi proposto em 1999, por meio do cientista da computação Kevin Ashton, do MIT (Massachusetts Institute of Technology).
Foto: Vinícius Pacheco/Unoeste - HackaTruck foi instalado no campus 2 da Unoeste
O HackaTruck faz parte de projetos apoiados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A iniciativa é executada pelo Instituto de Pesquisas Eldorado, com coordenação da Softex, e tem como parceiros tecnológicos Cisco, Flex e IBM, em colaboração com a Apple. Também conta com importantes apoiadores que acreditam na ideia: Dremel, Epson, IBM SkillsBuild, Sethi 3D e Truckvan.
O diretor da Fipp, Moacir Del Trejo, destacou o apoio da universidade para a realização deste projeto, desejou boas-vindas a todos e apontou que a formação trará diferenciais aos alunos no mercado de trabalho. “Só essa participação já garante um nível de interesse de empresas por vocês [participantes]”, afirma.
O pró-reitor Acadêmico, José Eduardo Creste, disse que ficou impressionado com a estrutura oferecida dentro do Hackatruck Makerspace e reforçou a relevância de projetos como este.
“Para a Unoeste, é uma grande oportunidade de aprendizado, uma imersão. Quando se fala em tecnologia, tudo é oferecido aqui dentro desse ambiente [HackaTruck]. Por isso, a universidade sente-se privilegiada. Eu bato palmas para quem trouxe essa iniciativa à Prudente, por meio dos cursos da informática. Sempre há na Unoeste o compromisso com a inovação, com a tecnologia, com a sustentabilidade, mas também a proximidade com o setor produtivo”, afirma.
O HackaTruck já visitou 93 instituições de ensino superior brasileiras e capacitou gratuitamente 13.979 alunos no seu curso a distância em Lógica de Programação, Orientação e Objetos e Fundamentos de Swift, 3.686 participantes em seu laboratório móvel e em atividades remotas, em temas como programação Swift para a plataforma iOS, práticas de Cloud Services, Serviços Cognitivos e Internet das Coisas, e proporcionou a criação de 743 protótipos de apps.