Homens também contribuem na lida diária com os filhos

PRUDENTE - André Esteves

Data 14/08/2016
Horário 17:25
 

Os tempos mudaram e os paradigmas também. Se antigamente, os homens eram vistos como os provedores da casa e as mulheres como as figuras que lidam com as tarefas domésticas e cuidam dos filhos, nos dias atuais, as funções se inverteram ou igualaram e muitos pais e mães já realizam a divisão das responsabilidades. De acordo com a psicóloga clínica, Alcione Candeloro Ricci, os novos tempos requerem que o pai seja mais participativo. "Mesmo em contextos onde a mulher não trabalha fora, a figura do pai tem a cada dia ocupado mais espaço na vida dos filhos, pois entende-se que a educação é tarefa de ambos", expõe.

Jornal O Imparcial Felipe, Fernanda e filhos

Em circunstâncias onde os pais são separados, a profissional alega que o divórcio não pode interferir no relacionamento do homem com os filhos. "O casal que tem o mínimo de maturidade consegue separar as coisas. Na medida do possível, o pai precisa participar das atividades da criança, respeitando a rotina dela", aponta.

Entre as situações que possibilitam uma paternidade participativa, Alcione elenca buscar e levar na escola e em atividades extraescolares, fazer lição de casa, dormir com a criança respeitando os acordos estabelecidos com a mãe e viajar. A psicóloga destaca ainda que a descoberta e o exercício da paternidade são etapas transformadoras na vida de um homem. "Quando adequada, a vivência da paternidade torna-se um processo de doação que invariavelmente gera transformações na forma como esse pai vai se relacionar afetiva e socialmente. A relação com a produção também se altera, pois o grau de responsabilidade se amplia", enfatiza.

 

Em família


O auxiliar administrativo Felipe Mungo, 30 anos, é um exemplo de pai que divide as tarefas com a sua esposa, Fernanda Mungo, 31 anos. Juntos, eles têm dois filhos, Valentina e Joaquim, de 4 e 2 anos, respectivamente. Felipe conta que a experiência de ser pai mudou completamente a sua rotina, tanto em casa quanto no trabalho. "Se antes eu nem chegava perto de uma fralda, agora troco diariamente", realça, aos risos. "Agora meu horário de trabalho está menos flexível que o da minha mulher, mas sempre que é preciso buscar a menina na escola ou levar um deles para o médico, eu faço um esforço", salienta.

Para estar próximo, Felipe leva os filhos para passear todos os finais de semana e acompanha cada passo dado. "A Valentina faz natação, então sempre que acontece uma prova de mudança de nível, eu vou assisti-la", aponta. Ele pontua que a família não deve crescer mais. "Vamos parar por aqui", conclui.

 

Buscando na escola


O aluno da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Professor Ditão, Christian Meneguez Andrade dos Santos, 7 anos, espera o pai vir buscá-lo todos os dias. O cabeleireiro Sidnei Andrade dos Santos, 36 anos, afirma que essa atividade é uma forma de estar perto do menino e crescer junto com ele. "Desde que me tornei pai do Christian, passei a ser um homem muito melhor", comenta.

O projetista industrial Osvaldo Ferreira, 52 anos, também busca o filho João Augusto Ferreira, 5 anos, diariamente na mesma escola. "Esse contato entre o pai e filho é fundamental, sobretudo na idade dele, já que o tempo passa rápido e os filhos crescem tão depressa", considera. Osvaldo destaca que a paternidade contribuiu para transformá-lo em um homem mais responsável. "Tenho mais uma filha e sempre procuro participar da vida deles, levando para a natação ou para alguma atividade de lazer no fim de semana", ressalta.

 
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