Hospitais restringem visitas e acompanhantes para puérperas 

Protocolos de segurança de maternidades trazem mudanças importantes em relação ao parto e pós-parto; mães relatam as experiências que tiveram nesses modelos

REGIÃO - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 14/10/2020
Horário 04:30
Cedida - No momento do parto, Fernando, Maria Silvana e a recém-chegada Laura
Cedida - No momento do parto, Fernando, Maria Silvana e a recém-chegada Laura

Com a pandemia da Covid-19 e a necessidade de quarentena para seu controle, mudaram-se os protocolos para muitas coisas: se para entrar no supermercado novos ritos são necessários (como aferição de temperatura corporal, higienização das mãos com álcool em gel), imagine para vir ao mundo? As mães Maria Silvana Filgueira da Silva, 30 anos, e Ana Carolina dos Santos Souza, 29 anos, cujos partos ocorreram em agosto, contam suas experiências.
Maria Silvana, que teve sua neném, a Laura, no Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças, em Presidente Prudente, afirma que teve ao seu lado, durante o parto e o período de recuperação, o marido Fernando Arenales de Souza Pinto, mas não pôde, enquanto esteve no local, receber qualquer outra visita, seja amigos ou parentes. 
Por outro lado, Ana Carolina, por desejar ter o filho em parto normal, decidiu tê-lo em hospital público, no HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo, visto que, como ela destaca, “é protocolo do SUS [Sistema Único de Saúde] tentar o parto normal, contanto que mãe e bebe estejam bem”.
Nos hospitais públicos, diferente dos particulares, nem os acompanhantes podem ficar com as puérperas, algo que foi complicado para Ana Carolina. “Meu filho [Guilherme] só dormia no meu colo e eu não podia me deitar na cama com ele no colo, então, eu passava o dia todo sentada com ele, não conseguia comer direito, tomar banho, sem a ajuda de um acompanhante”, relata. 

Protocolos dos hospitais

A Assessoria de Imprensa do HR informa que, desde o dia 18 de março de 2020, o hospital adequou todo o seu fluxo de atendimento, de acordo com as orientações e recomendações de prevenção à disseminação da Covid-19 estabelecidas pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde e protocolos internos revisados pelos infectologistas. Neste protocolo, segundo o HR, estão inseridas ações como a restrição das visitas e a presença de acompanhantes em todos os setores da unidade, além das novas normas sanitárias, como disponibilização de álcool em gel, tapetes sanitizantes e outros. 
O Hospital e Maternidade Estadual Doutor Odilo Antunes de Siqueira, por meio da comunicação do Estado, ressalta que a unidade trabalha “de forma cautelosa para atender a todos os cuidados a respeito do pré-natal, parto e puerpério das pacientes, prezando pela humanização e respeitando seus direitos legais. Neste sentido, durante a pandemia, a equipe médica avalia e orienta individualmente cada caso quanto à presença do acompanhante, a fim de garantir a segurança da paciente, do recém-nascido, dos profissionais de saúde e do próprio acompanhante”.
O Hospital Iamada, por sua vez, enfatiza, também, a revisão dos protocolos institucionais e dos fluxos, direcionando as gestantes de forma totalmente separada, até mesmo por outro acesso. “Foram revistos também os fluxos de pessoas, fornecedores, equipamentos, visando manter as medidas protetivas aos pacientes, clientes, familiares, equipes de profissionais que atuam na instituição e colaboradores. Foram restritas as visitas e horários de forma a garantir os direitos por lei”, pontua.
Dentre os hospitais consultados, a Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente foi a única que optou por suspender, desde abril, a realização de partos no local. A instituição informa que tal decisão tem por objetivo “assegurar a segurança de mães e filhos”. Os partos no hospital eram realizados pela ala particular e convênios, sem credenciamento pelo SUS.
A reportagem tentou contato com o Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças, mas não obteve sucesso. 

Foto: Cedida

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