Idosos da Vila da Fraternidade se emocionam com “Carta Amiga”

Em tempos de facilidade das tecnologias, alunos da EE Francisco Pessoa fizeram a diferença levando alegria e nostalgia a moradores da entidade

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 22/09/2022
Horário 20:12
Foto: Cedida
Entrega de cartas a idosos ocorreu nesta quinta, na Vila da Fraternidade
Entrega de cartas a idosos ocorreu nesta quinta, na Vila da Fraternidade

Como antigamente os carteiros faziam, idosos da Vila da Fraternidade, em Presidente Prudente, receberam cartas escritas à mão endereçadas com seus nomes, nesta quinta-feira. As correspondências foram entregues na entidade por seis alunos da EE (Escola Estadual) Francisco Pessoa, localizada no Conjunto Habitacional Ana Jacinta. Com o advento das tecnologias e a facilidade para se comunicar com qualquer pessoa do mundo, a carta se tornou uma forma de comunicação obsoleta. E que os mais jovens sequer sabem o que isso significou um dia, não é mesmo? Foi pensando nisso e na emoção que as cartas causavam, que o nostálgico professor Rodinei Silva, o Rudi, que atua na Sala de Leitura da unidade escolar, levou adiante o projeto “Carta Amiga”, justamente para que os alunos tivessem esse contato.
Rudi orientou os seus alunos a primeiramente se apresentarem, falarem deles mesmos, seus nomes, idades, com quem moram, o que gostam de fazer nas horas livres, quais seus sonhos. E por fim fariam perguntas aos idosos, como é a rotina deles, ou para falar um pouco de suas histórias. 
O professor se emociona só em falar do projeto, imagina então pensar no momento que foi a entrega dessas cartas, ontem.  “A expectativa era acolher a todos os moradores por meio destas cartas. Mostrar a eles que são especiais, que não estão sós. Vou repetir a fala da nossa diretora Edneia Pedroso: ‘A nossa escola sempre esteve em parceria com a comunidade, com festas, ações sociais e este projeto ‘Carta Amiga’ vai ao encontro do nosso pensamento’”, expõe Rudi, emocionado.
Diana Camila Alexandre, 37 anos, assistente social da entidade, afirma que esse tipo de iniciativa agrega e muito ao atendimento prestado aos 35 idosos que hoje vivem na vila. Segundo ela, todo projeto desenvolvido pelas escolas, igrejas, comunidade, universidades, é acolhido com muita alegria, pois faz muito bem a eles. Ainda mais que ficaram tanto tempo fechados sem receber ninguém, por conta da pandemia.
“Ainda estamos com restrições sim, mas, graças a Deus, já podendo receber as pessoas. Foi muito bom para eles receberem as cartas com os seus nomes. Esse acolhimento é muito bom para eles. A gente geralmente avisa que terão visita especial somente no dia, senão, gera toda uma mobilização, eles querem se arrumar, ficam ansiosos [risos]”, salienta a assistente social da entidade.

Experiência para a vida

Depois da visita, de volta à escola, o professor conversou com dois dos seus alunos que viveram essa experiência. Gabriel Carneiro Lucio de Souza, 13 anos, aluno do 6º ano A, disse ao mestre que foi um momento muito importante para ele. Muito legal, porque desde o primeiro instante em que chegou à vila viu o sorriso, a felicidade no rosto daquelas pessoas. “Sem dúvida, o que mais me marcou foi a felicidade, o sorriso que mudou em mim mesmo e nelas também, como se fosse uma surpresa inesperada, cheia de amor, de alegria”, disse o estudante.
Lucas Vinicius Rafael Bercelli dos Santos, 14 anos, do 8º A, também destacou de imediato a felicidade como a melhor coisa nessa experiência. Ele destacou que foi muito bom sentir a reação dos idosos ao primeiro contato com eles, que ficaram distantes de outras pessoas por tanto tempo, por conta da pandemia. “Foi uma experiência que vou levar para toda a minha vida. Foi sensacional dar acolhimento para quem não tem muito acesso a isso. Alguns nos seguiam enquanto entregávamos as cartas nas outras casas, sabe? E isso foi tão bom, sabe, sentir que a gente é querido por pessoas que nem nos conhece. Saber que podemos levar amor, coisa que está faltando na sociedade”, acentua Lucas. 
Ele terminou dizendo ao professor Rudi, que foi muito bom escrever uma carta, experiência muito curiosa que ele já havia experimentado há muitos anos e não tinha ideia de como seria novamente. “Participarei novamente do próximo projeto e vou incentivar outros também”, afirma o jovem Lucas.

Fotos: Cedidas

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