Igrejas se dividem sobre flexibilização da quarentena

Religiões cristãs divulgaram documentos em que orientam sobre as novas regras; templos budistas e algumas denominações evangélicas ainda não retornam às celebrações presenciais

VARIEDADES - MARCO VINICIUS ROPELLI

Data 02/06/2020
Horário 08:00
Arquivo - Dom Benedito recomenda que crianças e pessoas no grupo de risco fiquem em casa
Arquivo - Dom Benedito recomenda que crianças e pessoas no grupo de risco fiquem em casa

Em reação ao decreto estadual que coloca a região da DRS (Departamento Regional de Saúde) – 11 na fase 3 (amarela) da flexibilização da quarentena no Estado de São Paulo e ao decreto municipal assinado pelo prefeito Nelson Roberto Bugalho (PSDB) na última sexta-feira, que define as regras para o recomeço das atividades comerciais e de serviços, as principais congregações religiosas da região divulgaram suas notas e decretos com regras e orientações sobre o retorno consciente.

No mesmo dia, em 26 de maio, a igreja católica divulgou o decreto de retorno parcial das missas presenciais, assinado pelo bispo diocesano, dom Benedito Gonçalves dos Santos, no qual “a Diocese de Presidente Prudente, com todas as precauções necessárias, organiza o retorno das missas presenciais de forma limitada, organizada e gradual”.

De acordo com a Pascom (Pastoral da Comunicação) diocesana, todas as igrejas da diocese, desde ontem, estavam liberadas para realizarem as celebrações. “Porém, deve-se levar em consideração as determinações e normas de cada município. Cada padre definirá dias e horários que as missas ocorrerão”, ressalta.

De qualquer maneira, as transmissões on-line das celebrações vão continuar, tendo em vista que a capacidade máxima de lotação das igrejas é de 40% e existem grupos ainda proibidos de participarem, tais como pessoas com sintomas do vírus. O decreto recomenda que pessoas do grupo de risco e crianças abaixo dos 12 anos fiquem em casa.

Outras medidas obrigatórias neste momento de flexibilização são: uso obrigatório de máscara; distanciamento de 2 metros entre os fiéis; tempo máximo de uma hora e meia na duração das celebrações; que nos bancos estejam marcados lugares onde se devem sentar; higienização das mãos com álcool gel 70% para entrar na igreja; ausência de contato físico como cumprimentos com abraços ou aperto de mãos; bebedouros lacrados; a comunhão deverá ser recebida nas mãos pelos fiéis; entre outras.

“CADA IGREJA PARTICULAR DA DIOCESE TERÁ QUE COLOCAR EM PRÁTICA TODAS AS MEDIDAS DO DECRETO DIOCESANO. ORIENTAMOS OS FIÉIS A ENTRAREM EM CONTATO COM A PARÓQUIA PARA SABER COMO ISSO SERÁ FEITO”

Pascom diocesana

“Cada igreja particular da diocese terá que colocar em prática todas as medidas do decreto diocesano. Orientamos os fiéis a entrarem em contato com a paróquia para saber como isso será feito, principalmente em relação à lotação máxima: se será por ordem de chegada, se serão distribuídas senhas na secretaria paroquial, se será necessário agendar por telefone, entre outras formas”, explica a Pascom.

Codepp orienta sobre as regras

Diferente da igreja católica, as evangélicas não possuem uma centralização que regulamenta a flexibilização, mas sim um Conselho que orienta a conduta aos pastores da cidade, é o caso do Copepp (Conselho de Pastores Evangélicos de Presidente Prudente), presidido pelo pastor Paulo Amendola Filho. 

Também na sexta-feira, o Conselho divulgou nota em que orienta quanto às regras de proteção à saúde às igrejas que voltarem a realizar os cultos. Ainda assim, Paulo afirma que muitas decidiram que não retornarão às celebrações presenciais, tendo em vista que temem que a situação de Prudente frente à Covid-19 piore e a região acabe retornando à fase 2 (laranja).

Paulo Amendola ressalta que permanecem as transmissões on-line dos cultos. Mais que isso, ele crê que esta evolução tecnológica que muitas igrejas conheceram durante a pandemia nunca mais deixe de ocorrer. “Quando descoberto um nicho, não se volta atrás. A reinvenção da igreja nunca é demais, a igreja não pode parar”, enfatiza.

Templos budistas ainda aguardam

Prudente é conhecida pela grande comunidade japonesa, e muitos deles professam o budismo como herança das terras orientais. De acordo com o bispo Saito, o Templo Nissenji não irá aderir à flexibilização, aguardará os primeiros 14 dias da fase amarela para analisar a evolução da pandemia na cidade. Segundo ele, cada templo é independente quanto às decisões.

O reverendo Benjamin Watanabe, responsável pelo Templo Higashi Honganji afirma, também, que não retornarão às celebrações presenciais até que a situação se apresente muito segura. Ele lembra que a maioria dos frequentadores do templo é idosa, um dos principais grupos de risco.

A reportagem não conseguiu estabelecer contato com o Templo Honpa Hongwanji.

Foto: Arquivo

Paulo ressalta que muitas igrejas evangélicas ainda não vão aderir à flexibilização

Publicidade

Veja também