IMM - Índice de Massa Muscular 

Jair Rodrigues Garcia Júnior

Prepare-se para fazer outro cálculo nos próximos anos. O conhecido IMC (Índice de Massa Corporal) é um indicador de sobrepeso e obesidade, também relacionado diretamente à desregulação metabólica, aumento do risco cardiovascular e de outras doenças. A nova proposta é calcular o IMM, pois é um indicador de saúde e de redução do risco de morte na senescência.

COMPOSIÇÃO CORPORAL
A avaliação da composição corporal considera dois componentes: massa de gordura e magra. A massa de gordura refere-se a toda gordura armazenada no corpo, sendo ideal de 15-20% para homens e de 25-30% para mulheres. A massa magra refere-se aos músculos, ossos, vísceras, cartilagens, tendões, pele etc. A massa muscular (exclusivamente os músculos) representa 45% do peso corporal nos homens e 35% nas mulheres. Essa massa faz diferença para saúde (e risco de doenças), principalmente a partir da meia idade, e mais ainda na senescência.

SENESCÊNCIA
A partir dos 50 anos a massa de gordura normalmente aumenta e a massa muscular declina continuamente (perda de 8 a 15% por ano). As células adiposas ficam maiores e secretam continuamente adipocinas, que são moléculas prejudiciais para o controle metabólico. Ao mesmo tempo os músculos com menor volume e cada vez menos ativos (sedentarismo) secretam menos miocinas, que são moléculas protetoras em diversos aspectos (controle metabólico, estímulo nervoso, manutenção óssea etc).

RISCO DE MORTE
Há estudos que associam a perda de massa muscular e de força com risco aumentado de mortalidade na senescência. Num extremo estão os idosos vigorosos, fisicamente ativos e que mantém a autonomia para 100% das atividades diárias, e no outro extremo estão os idosos sarcopênicos, que ficam o tempo todo sentados ou deitados, sendo muito dependentes de cuidados de terceiros e muito frágeis. A sarcopenia é a perda acentuada de massa muscular e força.

A massa muscular representa um marcador independente e significativo de prognóstico de sobrevida para idosos

MÚSCULO PROTETOR
Estudo com 3659 adultos com 55 anos ou mais testou a hipótese de que a massa muscular diminui o risco de morte por todas as causas. Pessoas com baixo peso ou frágeis não foram incluídas e os participantes foram acompanhados por até 16 anos. Foram realizadas algumas avaliações para estabelecer as relações com o índice de massa muscular, calculado por meio de equação (ver figura).

ÍNDICE DE MASSA MUSCULAR 
Para mulheres, o IMM considerado baixo foi de 6,2; médio de 6,9 e alto de 7,6 Kg/m2. Para homens, o IMM baixo foi de 9,2; médio de 10,0 e alto de 10,8 Kg/m2. Numa escala de risco de morte por todas as causas de 0 a 100%, os idosos com IMM baixo tinham risco de 58%, com IMM médio de 51,9% e com IMM alto de 40,8%. Ao longo do estudo, os idosos com menor IMM morreram antes, sendo concluído que a massa muscular representa um marcador independente e significativo de prognóstico de sobrevida para idosos. 

RESERVA DE PROTEÍNAS
Além da produção das miocinas, os músculos representam uma “reserva de proteínas”, moléculas importantíssimas e que vão sendo perdidas ao longo do envelhecimento, principalmente quando o idoso adoece e fica acamado. Exercícios de força são necessários. Veja mais informações sobre envelhecimento no e-book recém lançado: “Persiga longevidade: benefícios em curto e longo prazo”. Veja em: https://go.hotmart.com/L103342570D

Referências

D'Onofrio G, Kirschner J, Prather H, Goldman D, Rozanski A. Musculoskeletal exercise: Its role in promoting health and longevity. Prog Cardiovasc Dis. 2023; 77: 25-36. http://dx.doi.org/10.1016/j.pcad.2023.02.006 

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Newman AB, Kupelian V, Visser M, ..., Harris TB. Strength, but not muscle mass, is associated with mortality in the health, aging and body composition study cohort. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2006; 61(1): 72-7. http://dx.doi.org/10.1093/gerona/61.1.72 

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