Incêndio toma conta de parte do lixão de PP

Os portões do local foram fechados e a reportagem de O Imparcial foi retirada do lixão, sob ordens de Mateus Martins Godoi, presidente da Prudenco, e não pode acompanhar as atividades de perto.

 

Um incêndio na manhã de ontem tomou conta de uma parte do lixão de Presidente Prudente. De acordo com informações do 14° GP (Grupamento de Bombeiros), o fogo teria começado por volta da 1h20, mas não foi extinto, ainda na madrugada, "devido à falta de maquinário específico, como tratores de terra". Porém, os bombeiros voltaram com um caminhão, já no início da manhã, para acompanhar os trabalhos de controle e fim do incêndio. Representantes da Prudenco (Companhia Prudentina de Desenvolvimento) também foram acionados e permaneceram no lixão, a fim de buscar ações para conter o fogo, além de tentar identificar as causas e os causadores do ato.

Jornal O Imparcial Mateus Martins Godoi, presidente da Prudenco, proibiu permanência da reportagem no interior do lixão, na manhã de ontem

Para conter as chamas, além dos bombeiros, trabalhadores da companhia usaram caminhões e uma máquina retroescavadeira para jogar terra sobre os focos do fogo. Os portões do local foram fechados e a reportagem de O Imparcial foi retirada do lixão, sob ordens de Mateus Martins Godoi, presidente da Prudenco, e não pode acompanhar as atividades de perto.

Contatado, o gerente da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), Luiz Takashi Tanaka, afirmou que não havia sido notificado sobre o ocorrido. "Não tínhamos conhecimento desta ocorrência, mas nas situações em que somos informados, enviamos um responsável até o local", diz. O gerente explica que há um acompanhamento direto, pois "colocar fogo no lixão é algo passível de penalidade e multa".

Segundo Marcos Tadeu Cavalcante Pereira, secretário municipal de Comunicação, "o fato ocorrido é costumeiro". Para ele, a suspeita é que a medida tenha sido praticada por catadores, como "uma forma de protesto" por serem impedidos de entrarem no espaço.


Prudenco


Questionada sobre as possíveis causas, consequências e os danos que o incêndio pode causar, a Assessoria de Imprensa da Prudenco se limitou a dizer que "todas as providências foram tomadas para sanar o problema".

 

Meio ambiente

O ambientalista Djalma Weffort aponta os possíveis danos que ocorrências como esta podem causar ao meio ambiente. "Como a maioria desses lugares recebe todo tipo de material, um fogo certamente provoca a contaminação da atmosfera", informa. Weffort lembra que é preciso fazer uma análise dos componentes que compunham o lixão e que foram consumidos pelo incêndio. "O exame é necessário para constatar os danos causados e a gravidade do ato", expõe. Ele avisa ainda que a não existência de um aterro sanitário em Prudente "compromete todos os esforços para a cidade obter uma qualidade de vida maior". "O problema do lixão se arrasta há muitos anos e depõe contra o município e os governantes que não resolvem isto. Há uma falta de vontade política para essa resolução", avalia.

 

Aterro sanitário


Conforme divulgado em O Imparcial em novembro do ano passado, a desativação do atual lixão e abertura de um aterro sanitário na cidade foi estabelecida em um TAC (termo de ajustamento de conduta) firmado entre a prefeitura e o MPE (Ministério Público Estadual).

Segundo a Cetesb, a implantação do aterro foi aprovada e agora a prefeitura iniciou o processo. Cavalcante voltou a afirmar que a verba para a instalação foi destinada e que a área já foi escolhida. O local não foi divulgado e a data não foi especificada. No entanto, o secretário garante que a prefeitura obedecerá o prazo para a implantação do aterro, estabelecido pelo TAC, que é até o final de 2015.
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